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Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 19 de dezembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.539


Previsão é de temperaturas elevadas e de nebulosidade no fim de semana

No início da semana pode haver chuvas isoladas em todas as regiões do Estado

A previsão do tempo para o fim de semana é de dias marcados por temperaturas elevadas, maior umidade do ar e aumento da nebulosidade. A formação de áreas de instabilidade deve resultar em chuvas em todas as regiões no início da próxima semana, contribuindo para a manutenção da umidade do solo. 

As informações constam no Boletim Integrado Agrometeorológico 51/2025, produzido pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em parceria com a Emater/RS-Ascar e o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). 

Sexta-feira (19/12): o avanço de uma massa de ar quente e úmida, oriunda do Centro do país, deve favorecer a elevação das temperaturas no Estado. As máximas podem atingir 36°C no Oeste e cerca de 30°C no litoral Norte.

Sábado (20/12): a intensificação de uma área de baixa pressão sobre a Argentina pode contribuir para a elevação ainda mais acentuada das temperaturas no RS. A nebulosidade deve aumentar durante o dia, com possibilidade de chuvas isoladas acompanhadas de descargas elétricas e eventual queda de granizo, especialmente no Oeste, onde também pode durante a noite. As temperaturas máximas devem alcançar 3° C na Serra e 39°C no Oeste.

Domingo (21/12): áreas de instabilidade devem atuar inicialmente no Oeste e Sul do Estado, onde há possibilidade de chuva a qualquer momento. Durante a tarde, essas instabilidades podem se espalhar para o Norte e o Leste. As temperaturas máximas podem ficar em torno de 27°C no Centro e 30°C no Leste.

Segunda (22/12): o deslocamento de uma frente fria pelo território gaúcho deve provocar chuva em todas as regiões. Os maiores acumulados são esperados na metade Norte e as temperaturas máximas devem alcançar cerca de 29°C na metade Sul e 27°C na metade Norte.

Terça (23/12): a atmosfera deve permanecer instável em função da combinação entre calor e umidade disponíveis, favorecendo a formação de nuvens e a ocorrência de chuvas fracas ao longo do dia. As temperaturas máximas podem atingir 32°C na fronteira Oeste e 25°C no litoral Norte.

Quarta-feira (24/12): o sol deve aparecer entre nuvens, havendo condições para chuvas isoladas ao longo do dia no Estado. As temperaturas máximas devem chegar a 28°C no Norte e 35°C no Sudoeste.

O boletim agrometeorológico atualiza semanalmente a situação de diversas culturas e criações de animais no RS. Acompanhe todas as publicações agrometeorológicas da Secretaria em www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia.


EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1898 de 18 de dezembro de 2025

BOVINOCULTURA DE LEITE 
 
Em função das altas temperaturas dos últimos dias, características do período, os produtores têm deixado os ventiladores ligados por mais tempo nos ambientes de produção, com apoio de aspersores instalados nos corredores próximos aos cochos para favorecer a redução do estresse térmico. 

Em algumas localidades, observou-se leve aumento na produção, enquanto em outras persistiram dificuldades relacionadas à transição entre pastagens de inverno e de verão, o que tem exigido maior utilização de concentrados e de silagem para vacas em lactação. 

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, o rebanho ainda sente os efeitos da transição entre as pastagens de inverno e de verão. Porém, as condições de conforto térmico dos animais e do nível de água dos bebedouros melhoraram.  

Na de Caxias do Sul, a produtividade está estável em função da oferta de alimento de qualidade, com destaque para a silagem de milho. Devido às temperaturas elevadas, em algumas propriedades foram acionados ventiladores ou aspersores para reduzir o estresse térmico.  

Na de Erechim, observou-se bom desempenho geral dos rebanhos em virtude da disponibilidade de água e da oferta de matéria verde adequadas, o que reduziu a necessidade de utilização de alimentos conservados, como silagens, fenos e pré-secados, nas dietas.

As temperaturas mais elevadas têm intensificado o estresse térmico dos animais, e os criadores redobraram os cuidados. A confirmação de casos recentes de raiva na região resultou no reforço da vigilância sanitária e da vacinação nas propriedades localizadas próximas aos focos da doença. 

Na de Frederico Westphalen, a produção apresentou leve incremento, favorecida pela melhoria das pastagens e pela ampliação do tempo de pastejo noturno. Em alguns estabelecimentos, tem sido necessário o fornecimento suplementar de concentrados energéticos e proteicos, pelo menos até as pastagens anuais e perenes de verão estarem em condições adequadas para o pleno pastejo.  

Na de Passo Fundo, a produção está dentro do esperado em função da disponibilidade abundante de alimentos. Quanto à sanidade, observou-se aumento na população de mosca dos-chifres e carrapatos em determinadas áreas, exigindo maior atenção ao controle sanitário dos rebanhos. Na de Porto Alegre, a disponibilidade de forragem para os animais ainda não foi retomada, e os criadores seguem ofertando suplementos alimentares. (EMATER/RS)

GDT 394: crescimento da oferta de leite internacional segue pressionando preços

O leilão GDT registrou queda de 4,4% no índice médio, com recuos expressivos nos preços do leite em pó e movimentos mistos entre os derivados. Veja como o aumento da oferta, o comportamento dos contratos futuros e o câmbio ajudam a explicar os reflexos desse resultado para o mercado brasileiro.

O 394º leilão da plataforma Global Dairy Trade (GDT), realizado no dia 16 de dezembro, apresentou movimentos mistos entre os produtos, porém o preço médio (price index) dos produtos negociados recuou 4,4%, chegando a USD 3.341/tonelada  — atingindo o menor preço desde dezembro de 2023.

Gráfico 1: Preço médio leilão GDT

O leite em pó integral (LPI) apresentou o maior recuo deste leilão, com queda de 5,7%, levando o preço médio a USD 3.161 por tonelada. Com esse movimento, o produto atingiu o menor patamar desde julho de 2024, e quedas dessa magnitude não eram observadas desde setembro.

O leite em pó desnatado (LPD) também registrou retração, de 2,1%, com o preço médio ficando em USD 2.431 por tonelada.

Gráfico 2. Preço médio LPI

A segunda maior queda do leilão foi observada na gordura anidra do leite, que acumulou o quarto recuo consecutivo, atingindo o preço médio de USD 5.602 por tonelada. A manteiga também apresentou desvalorização, com queda de 2,5%, sendo negociada em torno de USD 5.012 por tonelada.

Na contramão, a lactose registrou a maior alta do leilão, com valorização de 14,4%, alcançando USD 1.430 por tonelada e retornando a níveis não observados desde maio. Em seguida, a muçarela apresentou avanço de 6,7%, com preço médio de USD 3.395 por tonelada.

A Tabela 1 apresenta os preços médios dos derivados ao fim do evento, assim como suas respectivas variações em relação ao leilão anterior.

Tabela 1. Preço e variação do índice dos produtos negociados no leilão GDT em 16/12/2025.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2025.

Volume negociado continua aumentando em comparação com o ano anterior, e praticamente estável em relação ao mês passado

O volume negociado neste leilão totalizou cerca de 33,97 mil toneladas, representando nova queda (-0,9%) frente ao evento anterior. Frente ao mesmo mês do ano passado, o volume negociado apresentou uma alta de 5,8%.

Gráfico 3. Volumes negociados nos eventos do leilão GDT.

Fonte: Elaborado pela equipe MilkPoint Mercado com dados do Global Dairy Trade, 2025.

Impacto nos contratos futuros
A tendência de baixa para os primeiros meses de 2026 permanece, com novos recuos em relação às cotações dos últimos dias. Para março, porém, o cenário de alta segue confirmado nos contratos.

Gráfico 4. Contratos futuros de leite em pó integral (NZX Futures)

Fonte: NZX Futures, elaborado pelo MilkPoint Mercado, 2025.

E como os resultados do leilão GDT afetam o mercado brasileiro?
O evento apresentou demanda estável em relação ao leilão anterior, porém os preços continuaram em queda, movimento explicado principalmente pelo forte aumento da oferta. Apesar da demanda não ter recuado, ela ainda se mostra insuficiente para absorver o volume adicional disponível, mantendo pressão sobre as cotações.

Nesse contexto, o leilão da segunda quinzena de dezembro evidenciou uma postura mais cautelosa dos compradores, diante de um mercado amplamente ofertado. Essa cautela tem se refletido na estabilidade dos contratos futuros para o primeiro trimestre de 2026, indicando expectativas ainda conservadoras.

Para o mercado brasileiro, a queda nos preços internacionais pode se traduzir em valores mais baixos praticados por importantes parceiros comerciais, como Argentina e Uruguai. No entanto, a elevada oferta de lácteos no mercado interno tem aumentado a competitividade dos produtos nacionais frente aos importados, limitando impactos mais relevantes.

Ainda assim, o dólar segue como um ponto de atenção, já que a taxa de câmbio exerce influência direta sobre os preços de importação dos produtos lácteos. Nos últimos dias a alta na moeda americana tende a aumentar a competitividade dos produtos nacionais. (Milkpoint)


Jogo Rápido
Destaques do setor lácteo foram homenageados pelo Sindilat-RS
O secretário da Agricultura, Edivilson Brum, foi um dos homenageados do Prêmio Destaques 2025, que homenageou personalidades que atuaram em favor da cadeia do leite em 2025. Abordou também o momento atual do setor. Ouça clicando aqui (Agert)


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Porto Alegre, 18 de dezembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.538


Sindilat destaca união e entrega premiações de 2025

Em uma demonstração da força do setor laticinista gaúcho, o Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) reuniu autoridades e lideranças em uma noite de confraternização e entrega de prêmios nesta quarta-feira (17/12), em Porto Alegre. Ao lado de diversos secretários de Estado, parlamentares e representantes dos produtores e das indústrias, o presidente do Sindilat, Guilherme Portella, reforçou o potencial transformador do leite e as conquistas já obtidas ao longo dos anos. “Temos neste momento uma forte pressão das importações que precisamos combater juntos, mas estamos trilhando um caminho. Se olharmos o setor ao longo dos últimos três anos, veremos que estamos em um caminho muito bom”, ponderou. Tônica que ganhou eco na fala do secretário de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo. “Temos que construir juntos os melhores caminhos. Sabemos que muitos municípios passam por uma grande movimentação econômica quando há o pagamento do leite e isso mostra sua força”.  

A comemoração também foi uma noite de reconhecimento ao jornalismo e à contribuição de lideranças que se dedicam às pautas do setor. Com a presença de representantes da imprensa de diferentes estados do Brasil, foram entregues as premiações do 11º Prêmio Sindilat de Jornalismo. A iniciativa que valoriza a cobertura qualificada da cadeia produtiva do leite teve como vencedor, na categoria Audiovisual, Bruno Pinheiro Faustino, do programa Negócio Rural, com a reportagem “Leite é tudo igual?”. Já na categoria Texto, a vencedora foi a jornalista Raíssa Goi Borba, da Revista Valor Cooperado/Cotrijal, com a matéria “Propriedade ganha reforço de robô na ordenha”. “Há mais de uma década, temos o privilégio de acompanhar de perto o trabalho da imprensa na cobertura do setor do leite. É um segmento repleto de desafios, mas que se reinventa constantemente. Esse olhar atento da imprensa acaba se traduzindo em um verdadeiro raio-x do setor, funcionando como um grande diagnóstico de cada momento vivido pela cadeia produtiva”, destacou Guilherme Portella.

A noite foi dedicada ainda à entrega do Prêmio Destaques 2025, que reconhece personalidades e instituições que contribuem para o desenvolvimento do setor lácteo no Rio Grande do Sul. Foram homenageados o vice-governador Gabriel Souza, e os secretários estaduais Edivilson Brum (Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação) e Ernani Polo (Desenvolvimento Econômico); os presidentes Carlos Joel da Silva (Fetag-RS) e Marcos Tang (Gadolando); além do próximo presidente da Farsul, Domingos Velho Lopes, e da gerente administrativa do Sindilat, Julia Bastiani, pelos seus 15 anos de atuação junto ao sindicato.

Também recebeu a distinção a Cooperativa Languiru Ltda, que completa 70 anos de atuação em 2025, reconhecida por sua trajetória e contribuição ao cooperativismo e à cadeia láctea gaúcha.  “Este é o reconhecimento mais importante concedido pelo Sindilat a todos os que contribuem através da sua atuação para o desenvolvimento de todo o setor lácteo no Rio Grande do Sul”, assinalou Portella.

O jantar teve o patrocínio da Tetra Pak.

Vencedores Prêmio Sindilat/RS de Jornalismo:

CATEGORIA AUDIOVISUAL

1º Lugar:
Jornalista: Bruno Pinheiro Faustino
Veículo: Negócio Rural
Trabalho: Leite é tudo igual?

2º Lugar:
Jornalista: Eliza Maliszewski
Veículo: Canal Rural
Trabalho: Terceira ordenha: sistema aumenta produtividade nas fazendas leiteiras

3º Lugar:
Jornalista: Simone Feltes
Veículo: TVE/RS
Trabalho: Desafios da cadeia do leite no RS

CATEGORIA TEXTO

1º Lugar:
Jornalista: Raíssa Goi Borba
Veículo: Revista Valor Cooperado/Cotrijal
Trabalho:  Propriedade ganha reforço de robô na ordenha

2º Lugar:
Jornalista: Andressa Silva Simão Pardini
Veículo: Notícias Agrícolas
Trabalho: Desistir não é opção: a história da pecuarista que superou desafios pessoais e crises no setor para se manter na pecuária leiteira no Rio Grande do Sul

3º Lugar:
Jornalista: Bruna Oliveira Scheifler
Veículo: Revista Valor Cooperado/Cotrijal  
Trabalho: Legado para o futuro: cooperativismo e sucessão rural são chaves para o desenvolvimento sustentável


Conseleite/PR divulga projeção do valor do leite a ser pago em janeiro/26

A diretoria do Conseleite-Paraná divulga a projeção dos valores de referência para o leite entregue em dezembro de 2025 a ser pago em janeiro de 2026. Confira.

A diretoria do Conseleite-Paraná reunida no dia 17 de dezembro de 2025 na sede da FAEP na cidade de Curitiba, atendendo os dispositivos disciplinados no Capítulo II do Título II do seu Regulamento, aprova e divulga os valores de referência para a matéria-prima leite realizados em Novembro de 2025 e a projeção dos valores de referência para o mês de Dezembro de 2025, calculados por metodologia definida pelo Conseleite-Paraná, a partir dos preços médios e do mix de comercialização dos derivados lácteos praticados pelas empresas participantes. 

Os valores de referência indicados nesta resolução para a matéria-prima leite denominada “Leite Padrão” se referem ao leite analisado que contém 3,50% de gordura, 3,10% de proteína, 500 mil células somáticas/ml; 300 mil ufc/ml de contagem de placas padrão e volume diário de até 300 litros/dia.

Os maiores valores de referência se referem ao leite analisado que contém acima de 4,25% de gordura, acima de 3,40% de proteína, abaixo de 200 mil células somáticas/ml, abaixo de 100 mil ufc/ml de contagem de placas padrão e volume diário superior a 3.000 litros/dia.

Os menores valores de referência se referem ao leite analisado que contém 3% de gordura, 2,9% de proteína, acima de 600 mil células somáticas/ml, acima de 500 mil ufc/ml de contagem de placas padrão e volume diário de até 300 litros/dia.

Esses parâmetros são apresentados na primeira tabela dessa resolução. Para o leite pasteurizado o valor projetado para o mês de dezembro de 2025 é de R$ 4,1250/litro. 

As informações são do Conseleite Paraná.

Pesquisa que vira resultado: segundo dia do Show Técnico Cooperativo 2025 destaca decisões mais assertivas no campo

O segundo dia do Show Técnico Cooperativo 2025 reforçou o papel da pesquisa como ferramenta direta de tomada de decisão na agricultura. Realizado no Campo Experimental da CCGL, em Cruz Alta, o evento mobilizou produtores rurais, técnicos, pesquisadores e lideranças cooperativistas em uma programação voltada à aplicação prática do conhecimento, com impacto direto na rotina das propriedades.

Promovido pela Rede Técnica Cooperativa (RTC), com a participação de 28 cooperativas do Rio Grande do Sul, o Show Técnico apresenta resultados de pesquisas desenvolvidas para responder às principais demandas do campo. Ao longo do percurso técnico, os visitantes acompanham oito estações de pesquisa que abordam temas como manejo de solo, fitossanidade, entomologia, gestão, produção de grãos e leite, além de espaços pensados para acolher as famílias, como o espaço kids.

Para o vice-presidente da CCGL, Guillermo Dawson Jr., o Show Técnico é o momento em que todo o trabalho desenvolvido pela RTC se materializa de forma clara e acessível. “É uma proposta que reúne cooperativas e traduz, em conhecimento, os resultados que chegam ao produtor. Aqui conseguimos enxergar disciplina, organização e uma entrega muito bem estruturada, pensada para quem está no campo”, destaca.

Segundo Dawson, o evento percorre temas fundamentais para a tomada de decisão nas propriedades, passando por manejo de solo, gestão, fitopatologia, entomologia, produção de grãos e leite. “É uma entrega consistente e robusta, construída de forma coletiva pela CCGL e pelas cooperativas do Rio Grande do Sul, para que esse conhecimento chegue cada vez mais longe”, afirma. Ele ressalta ainda que a RTC e a plataforma SmartCoop ampliam o conceito de intercooperação para além das fronteiras gaúchas.

Para o diretor de Relações Institucionais da CCGL, Fábio Branco, “o cooperativismo é muito importante para o Rio Grande do Sul, especialmente na geração de emprego e na movimentação de renda, contribuindo para melhorar a renda do produtor”. Segundo ele, o Show Técnico “permite trazer o que há de melhor, seja em tecnologia, seja na técnica, na produção e, principalmente, na prática, a partir do trabalho desenvolvido na RTC e coordenado pela CCGL”.

A relevância do evento também é destacada pelas lideranças cooperativistas. Para Leocezar Nicolini, presidente da Cotriel e integrante do Conselho Técnico de Grãos da RTC/CCGL, o Show Técnico evidencia o papel estratégico da assistência técnica. “O que a CCGL e a Rede Técnica promovem é levar tecnologia e informação desde a implantação das culturas até a busca por mais eficiência e resultado. O diferencial está justamente na pesquisa que sai do campo experimental e chega à prática do produtor”, afirma.
               
Quem percorreu as estações técnicas confirma essa percepção. O produtor Adelar Gasparin, associado da Coopatrigo, de Garruchos (RS), destaca a aplicabilidade dos conteúdos apresentados. “Já visualizamos manejo de ervas daninhas, irrigação, época de plantio. É um show mesmo. Para nós, produtores, é uma grande riqueza de conhecimento, e vale a pena vir, mesmo deixando tarefas na propriedade”, relata.

Já o produtor Neuri Preto, da Coopibi, ressalta o caráter técnico e isento do evento. “Aqui a gente vê a realidade como ela é, baseada em pesquisa. As informações são apresentadas de forma simples, fácil de levar para o dia a dia da propriedade”, comenta.

Para o gerente de Suprimento de Leite da CCGL, Jair da Silva Mello, o Show Técnico cumpre um papel essencial ao integrar diferentes cadeias produtivas. “É fundamental trazer informação e tecnologia tanto para produtores de leite quanto de grãos, garantindo renda, sustentabilidade e continuidade das atividades no campo”, reforça. 

Com grande participação do público e forte integração entre pesquisa, cooperativas e produtores, o Show Técnico Cooperativo 2025 segue, em seu segundo dia, consolidando-se como um dos principais espaços de difusão de conhecimento aplicado à realidade do campo, fortalecendo o cooperativismo e preparando o produtor para os desafios presentes e futuros da agricultura. (ASCOM CCGL)


Jogo Rápido
SOJA/CEPEA: Negócios se aquecem no spot
Cepea, 15/12/2025 – As negociações envolvendo soja no mercado spot se aqueceram na última semana, aponta levantamento do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, o impulso veio do aumento da demanda para completar cargas nos portos brasileiros e das novas estimativas da Conab indicando redução no estoque de passagem frente ao projetado no relatório anterior. Esse cenário reforçou o movimento de valorização dos prêmios de exportação no Brasil e elevou os preços internos, conforme explicam pesquisadores do Cepea. Os embarques brasileiros da safra 2024/25 (que se encerra ao final deste mês) foram revisados pela Conab para um novo recorde de 106,97 milhões de toneladas, alta de 0,3% em relação ao relatório anterior. Segundo dados da Secex, 98,88% desse volume já havia sido embarcado até 5 de dezembro. Fonte: Cepea (www.cepea.esalq.usp.br)


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Porto Alegre, 17 de dezembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.537


Sindilat/RS realiza nesta quarta-feira a entrega do 11º Prêmio Sindilat de Jornalismo e do Prêmio Destaques 2025

O Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) promove, nesta quarta-feira, 17 de dezembro, em Porto Alegre, a cerimônia de entrega do 11º Prêmio Sindilat de Jornalismo e do Prêmio Destaques 2025, durante o tradicional jantar de confraternização anual da entidade.

A iniciativa tem como objetivo reconhecer e valorizar a cobertura jornalística da cadeia produtiva do leite, além de homenagear lideranças, instituições e profissionais que contribuem de forma relevante para o desenvolvimento do setor lácteo gaúcho.

Consolidado como uma das principais premiações do segmento no Estado, o Prêmio Sindilat de Jornalismo contempla trabalhos inscritos nas categorias Audiovisual e Texto, destacando reportagens que abordam temas como desafios do setor, inovação, tecnologia, sustentabilidade e a importância do leite para a economia e a segurança alimentar.

O Prêmio Destaques 2025 reconhece personalidades e organizações cuja atuação tem impacto positivo no fortalecimento da cadeia láctea no Rio Grande do Sul, valorizando trajetórias, iniciativas institucionais e contribuições ao cooperativismo, à produção e ao desenvolvimento setorial.

A cerimônia integra a programação anual do Sindilat/RS e reúne autoridades, representantes do setor produtivo, profissionais da comunicação, parceiros institucionais e convidados.

O jantar de confraternização e a premiação contam com patrocínio da Tetra Pak, parceira do setor lácteo e apoiadora de iniciativas voltadas à valorização da comunicação e do desenvolvimento da cadeia do leite.

A divulgação dos vencedores e homenageados ocorre ao longo da noite, durante a cerimônia oficial. (As informações são do Sindilat/RS)


Dia de campo destaca benefícios da irrigação na produção de leite em Faxinalzinho, diz Emater/RS

Emater/RS-Ascar realizou, na manhã desta quinta-feira (11), um Dia de Campo voltado aos sistemas de irrigação e ao manejo de pastagens na propriedade do produtor Ari da Costa, no município de Faxinalzinho. 

O evento reuniu agricultores e técnicos para discutir práticas de manejo e o papel das políticas públicas na sustentabilidade da produção rural. A propriedade de Ari da Costa conta, há 15 anos, com um sistema de irrigação implantado por meio de políticas públicas estaduais. A tecnologia tem permitido manter a produtividade e garantir massa verde para as 24 vacas holandesas do rebanho, mesmo em períodos de estiagem mais severos. O sistema se consolidou como um ponto de apoio estratégico para a estabilidade da produção de leite. Durante o Dia de Campo, extensionistas rurais da Emater/RS-Ascar abordaram temas como manejo de irrigação, manejo de pastagens, solo e adubação. Também foram discutidas as políticas públicas de reservação de água e irrigação do Governo do Estado, através das secretarias estaduais da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e de Desenvolvimento Rural (SDR), destacando sua importância para ampliar a resiliência das propriedades. 

A programação incluiu ainda a demonstração de um método de quantificação da disponibilidade de massa verde na Unidade de Referência Técnica (URT) de irrigação localizada na propriedade, que abrange uma área de quatro hectares. A atividade permitiu que os participantes conhecessem, na prática, ferramentas que auxiliam na tomada de decisão sobre o uso racional da água e o manejo adequado das pastagens. (Fonte: Emater/RS-Ascar)

 

Otimizando a ordenha: menos tempo no fosso, mais qualidade de vida e lucro

Uma rotina bem planejada reduz o desgaste das vacas, economiza mais de uma hora por dia e melhora a qualidade de vida de quem trabalha no campo. Entenda como ajustar tempos, dimensionar a estrutura e usar tecnologia para ganhar eficiência sem perder qualidade.

A rotina de ordenha é o coração da propriedade leiteira. Quando longa e desgastante, ela consome horas preciosas do dia, resultando em uma jornada exaustiva que limita o tempo disponível para outras tarefas essenciais da fazenda. Otimizar a ordenha é, portanto, um investimento direto na eficiência do negócio e na qualidade de vida de quem trabalha no campo.

O impacto de uma ordenha demorada vai além do cansaço do produtor. Quanto mais tempo a vaca permanece em pé na sala de espera e de ordenha, sobre um piso duro, maior é seu desgaste e nível de estresse. Como meta de bem-estar animal, o tempo total que uma vaca passa fora de sua área de descanso ou pasto não deveria ultrapassar 1 hora e 30 minutos por turno.

Esse tempo envolvidas na ordenha também é subtraído de suas atividades mais importantes: descanso, ruminação e alimentação. Vacas que retornam mais rápido ao seu ambiente natural aproveitam melhor a forragem, pois têm mais tempo para o pastejo, especialmente nos horários de sua preferência — o amanhecer e o entardecer, como já abordado no artigo de Ebert et al. (2025): Suas vacas têm tempo para pastar?

O tempo ideal da ordenha: respeitando a fisiologia da vaca
Eficiência na ordenha não significa pressa, mas sim realizar o processo no tempo correto, alinhado à fisiologia da vaca e ao bom dimensionamento dos equipamentos.

Fisiologicamente, a ordenha ideal de cada vaca dura entre cinco e seis minutos. Esse intervalo aproveita o pico de ação da ocitocina, o hormônio responsável pela ejeção do leite. Embora existam variações naturais (algumas vacas terminam em quatro minutos, outras podem levar até oito), este é o referencial de excelência. Respeitar esse tempo reduz o risco de sobreordenha (ordenhar a vaca "no vazio"), uma prática que causa lesões nos tetos. Tais lesões são portas de entrada para bactérias causadoras da mastite, resultando no aumento da Contagem de Células Somáticas (CCS) e em perdas econômicas.

Um dos erros mais comuns que atrasam o processo é a estimulação incorreta. O tempo ideal entre o primeiro estímulo (limpeza e toque nos tetos) e a colocação das teteiras deve ser de 90 a 120 segundos. É nesse intervalo que a ocitocina atinge seu pico, garantindo uma descida do leite rápida e completa. Acoplar os conjuntos antes ou depois desse período resulta em uma ordenha mais lenta e em menor esgotamento do úbere.

Como calcular e otimizar sua rotina de ordenha
Para planejar e avaliar a eficiência do seu processo, pode-se usar como referência uma média de oito minutos por vaca, somando o tempo de preparação e de ordenha efetiva.

Exemplo Prático:

Vamos analisar um rebanho de 40 vacas em lactação.

Cenário 1: 4 Conjuntos de Ordenha
Cálculo: (40 vacas / 4 conjuntos) x 8 minutos/rodada = 80 minutos
São necessárias 10 rodadas para ordenhar todo o rebanho.
 
Cenário 2: 6 Conjuntos de Ordenha
Cálculo: (40 vacas / 6 conjuntos) x 8 minutos/rodada = ~53 minutos
O número de rodadas cai para menos de 7, economizando quase 30 minutos por ordenha.
 
Cenário 3: 8 Conjuntos de Ordenha
Cálculo: (40 vacas / 8 conjuntos) x 8 minutos/rodada = 40 minutos
Com 5 rodadas, o tempo de ordenha é reduzido pela metade em comparação com o primeiro cenário.
Neste exemplo, a diferença entre o primeiro e o último cenário é de 40 minutos de economia a cada ordenha. Em um sistema com duas ordenhas diárias, isso representa uma economia total de 80 minutos, ou seja, 1 hora e 20 minutos a menos de trabalho por dia e de tempo adicional para as vacas pastarem ou ruminarem.

Tecnologias que aceleram a rotina e aumentam a eficiência

A tecnologia pode ser uma grande aliada para tornar a ordenha mais rápida, segura e menos dependente da habilidade manual do operador.

Extratores automáticos de teteiras: a capacidade humana é um fator limitante. Um único ordenhador em uma sala canalizada consegue operar com eficiência de cinco a seis conjuntos. Acima disso, o risco de sobre ordenha aumenta. O extrator automático resolve esse gargalo, permitindo que uma pessoa gerencie até oito conjuntos com segurança. O equipamento se retira sozinho ao final da ordenha, evitando lesões e agilizando o trabalho.

Programadores automáticos de lavagem: em muitas propriedades, a limpeza dos equipamentos consome até 25% do tempo total da rotina. Os programadores de lavagem automatizam completamente o processo. Ao final da ordenha, o sistema executa todos os ciclos de enxágue e sanitização, garantindo uma higienização padronizada e liberando o produtor para outras atividades.

Linhas de leite duplas: para propriedades onde não é viável expandir a estrutura física da sala, a instalação de uma linha de leite dupla é uma alternativa. Embora o ganho de tempo não seja tão expressivo quanto ampliar o fosso, essa adaptação permite agilizar o fluxo de ordenha sem a necessidade de grandes obras.

O impacto da otimização: ganhos que vão além do relógio

O planejamento da ordenha reflete diretamente na viabilidade econômica, social e na sustentabilidade do negócio.

Retorno sobre o investimento: ordenhas mais rápidas significam vacas com mais tempo para pastar, beber água e descansar. Esse bem-estar se traduz em maior consumo de forragem e, consequentemente, em maior produção de leite. Portanto, investir em tecnologia para a ordenha não é um gasto, mas uma estratégia para aumentar a eficiência e a lucratividade.

A dimensão social: ordenhas que se estendem por mais de duas horas consomem de quatro a cinco horas do dia. Reduzir esse tempo torna a atividade leiteira menos penosa e melhora a qualidade de vida da família. Em muitas propriedades, essa tarefa é assumida por mulheres, que acumulam a função com os cuidados da casa e dos filhos. Tornar a ordenha mais ágil é também uma questão de valorização do capital humano.

Otimização da mão de obra: em sistemas com funcionários, a redução no tempo de ordenha permite que a equipe se dedique a outras atividades importantes, como manejo de pastagens, cuidados com bezerras ou manutenção. A mão de obra se torna mais produtiva e estratégica.

Considere o tempo de ordenha na estrutura da propriedade.

Os aspectos técnicos, como possibilitar mais tempo para pastejo, especialmente nos momentos cruciais para pastejo pelo comportamento animal, que coincidem com os períodos tradicionais onde são feitas as ordenhas e as questões de saúde das vacas e sanidade da produção, já indicam que tornar as ordenhas mais ágeis pode ser visto como investimento para eficiência dos sistemas de produção.

Porém, esse tema merece uma atenção ainda redobrada, ao considerar que a mão de obra é talvez a maior limitação ou dificuldade enfrentada no campo pelos produtores, especialmente familiares. Diminuir o tempo de envolvimento com a ordenha todos os dias pode significar a diferença em relação à satisfação com a atividade. (Leandro Ebert e Maicon Berwanger para Milkpoint)


Jogo Rápido
SOJA/CEPEA: Negócios se aquecem no spot
Cepea, 15/12/2025 – As negociações envolvendo soja no mercado spot se aqueceram na última semana, aponta levantamento do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, o impulso veio do aumento da demanda para completar cargas nos portos brasileiros e das novas estimativas da Conab indicando redução no estoque de passagem frente ao projetado no relatório anterior. Esse cenário reforçou o movimento de valorização dos prêmios de exportação no Brasil e elevou os preços internos, conforme explicam pesquisadores do Cepea. Os embarques brasileiros da safra 2024/25 (que se encerra ao final deste mês) foram revisados pela Conab para um novo recorde de 106,97 milhões de toneladas, alta de 0,3% em relação ao relatório anterior. Segundo dados da Secex, 98,88% desse volume já havia sido embarcado até 5 de dezembro. Fonte: Cepea (www.cepea.esalq.usp.br)


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Porto Alegre, 16 de dezembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.536


Manteiga vira tendência nos EUA em um cenário de oferta elevada

De colaborações com marcas de moda a produtos virais nas redes sociais, a manteiga vive um novo momento. O fenômeno reflete tanto a dinâmica do mercado lácteo quanto a busca por pequenos luxos no cotidiano alimentar.

A marca americana de pipoca para micro-ondas Pop Secret apresentou sua Chef da Manteiga: Melissa Joan Hart, atriz, diretora e produtora conhecida por protagonizar séries icônicas dos anos 1990, como Clarissa Sabe Tudo e Sabrina, Aprendiz de Feiticeira. A campanha convida o público a ligar para uma linha direta e “confessar seus segredos”.

Já a Land O’Lakes, grande cooperativa agrícola de Minnesota, no meio-oeste dos Estados Unidos, conhecida por seus produtos lácteos como manteiga e queijo, lançou um tênis na cor amarelo-manteiga em parceria com a marca de calçados Clove.

No Oregon, a cooperativa de laticínios Tillamook, formada por agricultores familiares do condado de mesmo nome, firmou parceria com a fabricante japonesa de maionese Kewpie para criar a “Butternaise”, um híbrido de manteiga e maionese voltado aos fãs de queijo grelhado. O produto esgotou em menos de dez minutos.

Em meados de novembro, a padaria franco-asiática Papa d’Amour, criada pelo chef Dominique Ansel em Nova York, viralizou com sorvetes soft serve mergulhados em manteiga francesa quente e finalizados com sal. A ideia foi rapidamente adotada pela rede regional de supermercados Stew Leonard’s, em Connecticut, que levou o produto para várias de suas lojas.

As chamadas butter boards — versões de tábuas de manteiga inspiradas nas charcutarias “instagramáveis” — também retornaram, agora com menos foco em performance visual e mais em conforto e compartilhamento. Até mesmo velas comestíveis de manteiga, que tiveram seu momento no início da década, reforçam que o ingrediente segue despertando interesse não apenas como alimento, mas também como elemento estético.

Ao olhar além das ações de marketing, porém, emerge um movimento mais profundo. A atual presença da manteiga na cultura de consumo reflete a convergência de dois fatores: um excedente de produção ao longo da cadeia de suprimentos e um desejo crescente por alimentos percebidos como simples, autênticos e emocionalmente reconfortantes.
 
Por que a demanda por manteiga está aumentando apesar da inflação?
O ressurgimento da manteiga ocorre em um contexto de preços elevados dos alimentos, o que torna sua ascensão como ingrediente “em alta” aparentemente contraditória. Justamente aí reside a explicação.

Mesmo com projeções indicando preços mais altos para 2025, os consumidores não deixaram de comprar manteiga, embora tenham ajustado o volume de consumo. Nesse cenário, a manteiga passa a representar uma indulgência acessível: um item capaz de transformar uma torrada simples ou um produto assado em casa em algo mais completo.

Dados de mercado confirmam esse estímulo do consumidor, enquanto as condições do próprio setor também favorecem o movimento. Com a carne bovina em patamares elevados e os ovos enfrentando sucessivas crises, os preços da manteiga permanecem relativamente mais estáveis, apesar das pressões inflacionárias em outras áreas do supermercado.

Entendendo o excedente de manteiga de 2025

O apelo emocional é apenas parte da explicação. A outra está na dinâmica da economia agrícola.

O consumo de leite fluido nos Estados Unidos vem caindo há décadas, o que levou a indústria a redirecionar sua estratégia. Produtores e processadores passaram a priorizar a produção de gordura láctea, principal matéria-prima de produtos com maior demanda, como queijo e manteiga.

Segundo dados recentes do USDA Dairy Market News (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), esse movimento resultou em uma produção de leite relativamente estável, mas com níveis consistentemente elevados de gordura láctea, garantindo ampla disponibilidade de nata e creme em todo o país.

Os processadores operam próximos da capacidade máxima, com oferta abundante de creme na maioria das regiões. Esse cenário sustentou uma produção constante de manteiga ao longo do ano.

O resultado é um mercado marcado pela abundância. Com estoques elevados, a demanda sazonal da indústria de panificação não é suficiente para absorver todo o volume, o que leva as empresas a buscar novos estímulos ao consumo — explicando o aumento de parcerias criativas e ações de marca.

Nostalgia e o significado do amarelo-manteiga

Em fevereiro, a marca americana de eletrodomésticos KitchenAid, conhecida por sua icônica batedeira planetária, elegeu o amarelo-manteiga como sua Cor do Ano.

A tonalidade remete à domesticidade de meados do século passado: bancadas de fórmica, geladeiras vintage e a manteiga armazenada em um prato sobre o balcão. É uma cor associada a conforto, tradição e a uma ideia específica de lar.

O aspecto mais marcante desse movimento não é apenas a escolha da cor por uma grande marca, mas sua presença simultânea no design e na alimentação. Estética e ingrediente se reforçam, transformando a manteiga em um símbolo visual e culinário de abundância e familiaridade.

Como as marcas estão capitalizando a tendência

Quando oportunidade econômica e impulso cultural se encontram, as marcas respondem rapidamente. A Pop Secret recorreu à nostalgia dos anos 1990 ao nomear Melissa Joan Hart — a própria Sabrina — como sua primeira “Chief of Butter” (Chefe da Manteiga), acompanhada de uma linha direta de confissões que transforma a manteiga em entretenimento.

A Land O’Lakes apostou no estilo de vida ao lançar um tênis de edição limitada que transporta sua icônica embalagem de manteiga para o vestuário. Já a Tillamook capitalizou tendências virais da internet com a Butternaise, formalizando um hábito que muitos consumidores já praticavam em casa.

O sorvete mergulhado em manteiga de Dominique Ansel reuniu os principais atributos valorizados nas redes sociais: apelo visual, nostalgia e inovação na medida certa.

O “efeito batom” chega à despensa

A valorização da manteiga não ocorre de forma isolada. Ela segue um padrão comum às tendências alimentares contemporâneas, nas quais ingredientes deixam de ser apenas funcionais e passam a atuar como marcadores de identidade — trajetória semelhante à observada com o azeite de oliva e o café especial.

Nesse processo, as características físicas do alimento são muitas vezes superadas pelo que ele simboliza. Economistas descrevem esse comportamento como “efeito batom”, fenômeno identificado durante períodos de crise, quando consumidores buscam pequenos luxos acessíveis como forma de conforto e controle.

Na cozinha, a manteiga passou a ocupar esse espaço. Em meio a alimentos mais caros e instáveis, ela oferece uma sensação rara: indulgência possível, abundância sem culpa e um “sim” acessível em um cenário dominado por restrições.

As informações são da Forbes.


GDT - GLOBAL DAIRY TRADE

Fonte: GDT adaptado Sindilat/RS

Exportações de lácteos do Uruguai avançam 14% e miram novo recorde 

Exportações de lácteos do Uruguai crescem 14% em 2025 e ficam perto do maior faturamento da história, puxadas por leite em pó e manteiga

As exportações de lácteos do Uruguai avançaram de forma consistente ao longo de 2025 e já se posicionam a um passo de marcar um novo recorde histórico de faturamento.
De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional do Leite (Inale), a receita acumulada entre janeiro e novembro alcançou US$ 881,5 milhões, resultado 14% superior ao registrado no mesmo período de 2024.

O desempenho reforça a centralidade do setor lácteo na pauta exportadora uruguaia e indica que o emblemático patamar de US$ 900 milhões deverá ser superado ainda em 2025. Até hoje, esse nível foi alcançado apenas duas vezes: em 2013, quando as exportações somaram US$ 907 milhões, e em 2022, ano do recorde absoluto, com US$ 925,2 milhões.

A análise do Inale considera quatro principais produtos: leite em pó integral, leite em pó desnatado, queijos e manteiga, com base em informações da Direção Nacional de Aduanas. No recorte de faturamento, três desses itens apresentaram crescimento na comparação anual, enquanto os queijos registraram retração.

O leite em pó integral foi novamente o grande motor das exportações de lácteos. Entre janeiro e novembro de 2025, a receita desse produto avançou 20%, totalizando US$ 607,9 milhões. Já o leite em pó desnatado teve incremento mais moderado, de 3%, alcançando US$ 51,7 milhões. A manteiga também mostrou desempenho positivo, com alta de 16% e faturamento de US$ 72,3 milhões. Em contrapartida, os queijos recuaram 15%, com receitas de US$ 83,5 milhões.

Quando a leitura é feita pelo volume embarcado, o comportamento é mais heterogêneo. No acumulado dos primeiros 11 meses de 2025, o Uruguai exportou 195.669 toneladas de produtos lácteos. Houve crescimento de 5% no volume de leite em pó integral, com 152.042 toneladas embarcadas. Já o leite em pó desnatado caiu 6%, totalizando 16.018 toneladas. Os queijos recuaram 17%, para 16.756 toneladas, enquanto a manteiga apresentou leve queda de 2%, com 10.853 toneladas.

Mesmo com essas oscilações, o protagonismo do leite em pó integral permanece incontestável. O produto respondeu por 77,7% de todo o volume exportado e por 68,9% da receita total das exportações de lácteos do país, consolidando-se como o principal pilar da estratégia comercial do setor.

Os preços médios também contribuíram para sustentar o crescimento das receitas. Na comparação entre os acumulados de janeiro a novembro de cada ano, o preço médio do leite em pó integral foi 13% superior ao de 2024. O leite em pó desnatado registrou valorização de 10%, os queijos tiveram alta de 2% e a manteiga avançou expressivos 18%.

Considerando apenas os negócios fechados em novembro de 2025, os preços médios ficaram em US$ 3.895 por tonelada para o leite em pó integral, US$ 3.261 para o leite em pó desnatado, US$ 4.955 para os queijos e US$ 6.270 para a manteiga. Na comparação com dezembro de 2024, o leite em pó integral acumulou valorização de 33%, enquanto o desnatado recuou 8%. Os queijos avançaram 1% e a manteiga subiu 18%.

O bom momento das exportações de lácteos também se reflete na relevância do setor no comércio exterior uruguaio. Em 2024, os lácteos ocuparam o quarto lugar no ranking dos principais produtos exportados, atrás apenas de celulose, carne bovina e soja. Em 2025, a posição se mantém, superando inclusive os concentrados de bebidas.

No recorte dos mercados de destino, a Argélia segue como principal comprador dos lácteos uruguaios, respondendo por 35% das exportações no acumulado dos últimos 12 meses. O Brasil aparece logo atrás, com 27%, seguido por Rússia, Chile e Mauritânia, cada um com cerca de 3%.

A liderança varia conforme o produto. O Brasil foi o principal destino do leite em pó desnatado, absorvendo 79% do total exportado, além de liderar também nas compras de queijos, com 26%. A Argélia concentrou 48% das importações de leite em pó integral, enquanto a Rússia foi o principal mercado para a manteiga, com participação de 22%.

No contexto internacional, os preços da leite em pó sul-americano também mostraram tendência favorável. Em novembro de 2025, o valor médio do leite em pó integral exportado pela região foi de US$ 4.325 por tonelada, 1% acima de outubro e 9% superior ao de novembro de 2024. Já o leite em pó desnatado ficou em US$ 3.000 por tonelada, com leve recuo mensal de 1%, mas ainda 7% acima do valor registrado um ano antes.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de El Observador


Jogo Rápido
MILHO/CEPEA: Menor demanda pressiona cotações
Cepea, 15/12/2025 – Embora tenham iniciado a última semana em patamares maiores, os preços do milho caíram ao longo do período, conforme aponta levantamento do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, o enfraquecimento da demanda interna explica os recuos – parte dos consumidores realizou compra antecipada e, diante disso, se afastou das negociações no spot. Além disso, estimativas seguem apontando oferta nacional elevada na safra 2025/26, o que reforçou a pressão sobre os valores domésticos. Do lado vendedor, pesquisadores do Cepea afirmam que muitos estão retraídos das negociações, com expectativas de reação nos preços no começo de 2026, fundamentados na possibilidade do retorno dos compradores, após o recesso de parte das empresas no final do ano. No campo, o retorno das chuvas em importantes regiões produtoras trouxe alívio aos agricultores, que estavam temerosos quanto ao impacto do clima sobre o desenvolvimento das lavouras de verão e sobre a semeadura da segunda safra. Em relatório divulgado na última semana, a Conab estimou a produção da safra brasileira 2025/26 em 138,87 milhões de toneladas, leve queda de 1,5% frente à da temporada anterior, mas ainda a segunda maior da série histórica da Companhia, iniciada em 1976. Fonte: Cepea (www.cepea.esalq.usp.br)


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Porto Alegre, 15 de dezembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.535


Retrospectiva 2025: Como a oferta de leite se comportou em 2025?

O crescimento da captação formal marcou o ano de 2025. Confira na retrospectiva como a oferta evoluiu, o que mudou na estrutura produtiva e quais as consequências para o mercado.

Esta publicação inaugura uma série de análises retrospectivas sobre o mercado lácteo em 2025. Para iniciar, o foco recai sobre o tema que mais marcou o setor ao longo do ano: a oferta de leite. Ao longo de 2025, a captação de leite apresentou um crescimento bastante expressivo, e esta análise busca explicar como esse movimento evoluiu ao longo dos trimestres e quais foram suas principais consequências para o mercado.

O gráfico acima apresenta dados da Pesquisa Trimestral do Leite (PTL/IBGE), que mede o volume de leite cru recebido por laticínios com inspeção federal, estadual ou municipal. Em outras palavras, o indicador representa a captação formal de leite, isto é, o volume que entra oficialmente nas indústrias para ser processado. Para facilitar a compreensão e evidenciar melhor os impactos ao longo do ano, a análise será realizada trimestre a trimestre.

Primeiro trimestre de 2025

O ano começou acelerado: O preço ao produtor iniciou 2025 em patamares mais altos do que em períodos anteriores e os principais custos não estavam pressionando, o que manteve a produção estimulada. Até essa primeira divulgação, os números vinham muito alinhados às expectativas do mercado, sem grandes surpresas.

Segundo trimestre: onde o cenário muda

A partir do segundo trimestre, a oferta brasileira de leite passou a surpreender. Foi nesse período que alguns impactos recentes e mudanças na estrutura produtiva do setor ficaram mais evidentes.

O principal fator por trás do avanço expressivo da produção no segundo semestre foi a manutenção da rentabilidade em níveis satisfatórios, tanto em comparação com períodos anteriores quanto no próprio momento. Esse resultado foi sustentado por um cenário de custos relativamente equilibrados e por preços ao produtor ainda atrativos, combinação que estimulou a produção. Somado a isso, observou-se ao longo de 2025 um processo mais intenso de formalização, que elevou o volume de leite captado pela indústria.

Além desses fatores, é importante lembrar que o segundo trimestre de 2024 havia sido afetado por fortes chuvas no Sul, o que reduziu a captação naquele período. Portanto, parte do crescimento registrado em 2025 reflete também uma base comparativa mais baixa.

No entanto, o movimento vai além desse efeito estatístico. Paralelamente, o setor vem passando por transformações estruturais importantes. A pesquisa “Quem produz o leite brasileiro 2025”, que apresenta os principais perfis de produção e as mudanças no elo produtivo, aponta para o avanço dos sistemas mais intensivos, como o confinamento.  

Esse avanço reduz a influência da sazonalidade sobre a produção nacional, diminuindo a diferença entre os volumes de pico e de vale ao longo da curva produtiva. Como consequência, o período tradicionalmente associado ao vale, normalmente concentrado no segundo trimestre, tende a se tornar mais suave e, em alguns casos, até mesmo a ocorrer de forma antecipada.

Ou seja, ainda que o setor esteja passando por um processo de transformação há algum tempo, estas mudanças começaram a aparecer de forma mais clara e contundente nos dados de captação deste ano.

Terceiro trimestre: Confirmação do cenário

Os dados prévios do terceiro trimestre confirmam que 2025 deve se consolidar como um ano de forte crescimento produtivo. A prévia do terceiro trimestre aponta um avanço de 10,3%. Este incremento não ocorreu isoladamente: a ausência de problemas climáticos significativos, um fator simples, mas decisivo, permitiu maior regularidade no manejo, melhor desempenho das pastagens e maior estabilidade das condições de produção. Com isso, o setor conseguiu sustentar um ritmo consistente de crescimento ao longo de todo o ciclo anual.

Quarto trimestre: O que esperar 

Ainda que os dados do último trimestre só sejam publicados no início de 2026, a leitura dos três trimestres já divulgados, somada ao comportamento recente do mercado, permite antecipar que o quarto trimestre também deverá apresentar crescimento da captação em relação aos anos anteriores.

O último trimestre de 2025 foi influenciado pela presença do fenômeno La Niña, porém com baixa intensidade, o que não deve ter gerado grandes impactos na produção. Mesmo assim, esse avanço tende a ser menor em comparação aos trimestres anteriores, já que a rentabilidade começou a perder força e a pressionar o produtor ao final do ano.

Apesar disso, a expectativa é de que a divulgação confirme um 4º trimestre com crescimento na oferta.

Retrospectiva 2025 
Nessa conjuntura, com 2025 marcado por um crescimento expressivo da produção, algumas consequências importantes surgiram: O aumento contínuo da oferta levou a indústria a ampliar sua produção de derivados ao longo do ano. Entretanto, a demanda por lácteos, tema que será detalhado na próxima análise, não acompanhou esse ritmo, o que impediu a absorção completa do volume adicional produzido.

Esse descompasso resultou na formação de estoques mais elevados nas indústrias, pressionando os preços dos derivados e reduzindo as margens industriais. Esse cenário rapidamente se transferiu para o campo, refletindo em quedas intensas no preço ao produtor ao longo do segundo semestre, especialmente no último trimestre.

Em síntese, embora o ano tenha sido marcado por forte avanço produtivo, este acabou rompendo o equilíbrio entre oferta e demanda.

Após um ano marcante em relação aos movimentos da oferta, a retrospectiva seguirá aprofundando os principais fatores que moldaram o mercado, como: demanda, preços internacionais e preços dos derivados. Nas próximas semanas, serão divulgados novos gráficos e análises, incluindo também as tendências projetadas para 2026. (Milkpoint)


As divisas com exportações de lácteos, pelo Uruguai, subiram 14% entre janeiro novembro   

No decorrer de 2025 as divisas geradas com as exportações de produtos lácteos superaram em 14% as de janeiro a novembro de 2024, totalizando US$881,5 milhões, informou o Instituto Nacional do Leite (Inale).  

Nos 11 primeiros meses do ano, o faturamento com exportações aumenta para o leite em pó integral, leite em pó desnatado e manteiga. Mas, houve queda no faturamento dos queijos.  Em volume, foi exportado mais leite em pó integral, mas menos leite em pó desnatado, queijos e manteiga.  

O faturamento recorde com exportações de lácteos ocorreu em 2022, com US$ 925,2 milhões (+23% em relação a 2021) e essa foi uma das duas vezes que foi ultrapassada a barreira de US$ 900 milhões (a outra, em 2013, foram US$ 907 milhões, 15% mais que em 2012), um marco histórico que pode ocorrer novamente em 2025.  

Em volume, os melhores registros históricos foram em 2012 com 246.613 toneladas (+21% em relação ao ano anterior) e em 2024 com 241.135 (5% mais que em 2023) toneladas (únicos casos em que o volume superou 240 mil toneladas).  

Os itens de exportação mais relevantes 
O faturamento gerado com as exportações uruguaias de produtos lácteos é uma referência importante. Em 2024 ocupou o quarto lugar no ranking dos principais produtos exportados, atrás da celulose, carne bovina e soja.  No decorrer de 2025, os lácteos estão também em quarto lugar, abaixo da carne bovina, celulose e soja, deixando em quinto os concentrados de bebidas. 

O trabalho elaborado pelos profissionais do Inale, ao qual El Observador teve acesso, considera um conjunto de quatro itens já citados, com base nos dados da Alfândega.  

Os faturamentos acumulados de janeiro a novembro sofreram as seguintes alterações interanuais: 

- Leite em pó integral subiu 20% totalizando US$ 607,9 milhões. 
- Leite em pó desnatado aumentou 3%, US$ 51,7 milhões. 
- Queijo caiu 15% ficando com US$ 83,5 milhões de faturamento 
- Manteiga teve crescimento de 16% no total de US$72,3 milhões.  

Em volume, o total de lácteos exportado foi de 195.669 toneladas. 

Em relação a 2024 tiveram as seguintes variações: - Alta de 5% do leite em pó integral (embarque de 152.042 toneladas). 

- Queda de 6% no embarque de leite em pó desnatado (16.018 toneladas). - Redução de 17% no caso dos queijos (16.756 toneladas). 

- Baixa de 2% no embarque de manteiga (10.853 toneladas).  

Leite em pó integral 
O leite em pó integral continua sendo, de longe, o produto mais exportado em volume (77,7% do total embarcado) e ingressos (68,9% do total).  

Os preços médios de 2025/2024, no acumulado de janeiro a novembro, variaram +13% para o leite em pó integral; +10% para o leite em pó desnatado; +2% no caso dos queijos e -18% para a 
manteiga.  

Por último, considerando somente as transações de novembro de 2025, os preços médios foram: - US$ 3.895 por tonelada de leite em pó integral - US$ 3.261 por tonelada de leite em pó desnatado 

- US$ 4.955 por tonelada de queijos - US$ 6.270 por tonelada de manteiga 

Um dado adicional é que na comparação interanual, novembro de 2025 e novembro de 2024, os preços tiveram variação de +33% para o leite em pó integral; -8% para o leite em pó desnatado; +1% para os queijos e +18% para a manteiga.  

Mercados líderes: Brasil e Argélia 
Argélia segue liderando entre os destinos para os produtos lácteos que o Uruguai exporta. 
Considerando os últimos 12 meses (ano móvel), os principais destinos foram Argélia (35%) e Brasil (27%), com participações menores da Rússia, Chile e Mauritânia (3% cada um).  

O Brasil foi o principal destinos do leite em pó desnatado (79% do total) e queijo (26%). A Argélia recebeu 48% do leite em pó integral exportado e a Rússia 22% da manteiga.  

Mercado internacional para o leite em pó
Em novembro de 2025, o preço médio pactuado para o leite em pó integral exportado na América do Sul foi de US$ 4.325 por tonelada, o que representa aumento de 1% em relação ao mês de outubro de 2025 e estão 9% acima do valor registrado em novembro de 2024.  

Por outro lado, em novembro de 2025, o preço médio pactuado para o leite em pó desnatado exportado pela América do Sul foi de US$ 3.000 a tonelada, o que representa baixa de 1% em relação a outubro de 2025 e está 7% acima do valor registrado em novembro de 2024.  

Fonte: El Observador – Tradução livre: www.terraviva.com.br 

 

EUA retomam consumo de leite: integral avança e muda o jogo 

Após anos de queda, o consumo de leite reage nos EUA, guiado pela força da integral e por mudanças claras no comportamento alimentar.

O consumo de leite voltou a crescer nos Estados Unidos em 2024, marcando um ponto de inflexão relevante após mais de uma década de retração no mercado de lácteos líquidos.
Dados federais indicam que as vendas totais de bebidas lácteas aumentaram 358 milhões de libras no ano, o equivalente a uma expansão próxima de 1% em comparação com 2023, alcançando 43,2 bilhões de libras. Trata-se da primeira alta significativa desde o início da queda contínua observada após 2009, quando o país havia registrado mais de 55,4 bilhões de libras vendidas.

Segundo analistas ouvidos pelo setor, essa recuperação representa mais do que uma oscilação pontual. Para pesquisadores, trata-se de um movimento que combina mudanças nutricionais, viradas culturais e reposicionamentos políticos que recolocam a bebida no centro das dietas das famílias americanas.

O protagonista desse crescimento foi o leite integral, que registrou avanço de 3% em 2024, consolidando uma trajetória ascendente que já se estende há uma década. A evolução compensou perdas persistentes em categorias como leite desnatado e reduzido em gordura, que seguem apresentando baixa demanda. Para Leonard Polzin, especialista de mercados lácteos da Universidade de Wisconsin–Madison, o consumidor dos EUA está respondendo diretamente ao avanço das dietas ricas em proteína e ao resgate da valorização de gorduras consideradas saudáveis.

“Quanto mais proteína, melhor. Os consumidores estão realmente buscando isso”, observou Polzin em declarações ao setor. Ele destacou que o fenômeno se estende a outros produtos, como o requeijão (cottage), que vive um novo ciclo de expansão graças ao fortalecimento desse paradigma alimentar.

As tendências recentes mostram que o apelo da integral está presente tanto em lares com crianças quanto em famílias adultas sem filhos, conforme relatado por Karen Gefvert, diretora de políticas da Edge Dairy Farmer Cooperative, organização sediada em Wisconsin. Segundo ela, a bebida também se beneficia do impulso por alimentos minimamente processados e integrais, alinhados a um consumo mais simples e tradicional.

Gefvert ainda apontou que esse reposicionamento ocorre em um ambiente político favorável. A narrativa “Make America Healthy Again”, impulsionada pela administração Trump, coloca foco explícito na valorização de alimentos básicos e menos industrializados, reforçando a imagem positiva da integral. “A leite integral tem inúmeros atributos que começam a ser reconhecidos novamente pelos consumidores”, afirmou a dirigente.

Outro componente relevante do cenário é a desaceleração das bebidas vegetais. Embora o ritmo de crescimento desse segmento tenha perdido força, especialistas evitam afirmar que seus consumidores estejam retornando diretamente ao leite bovino. Há indícios, segundo analistas de mercado, de que parte desse público apenas reduziu o consumo total de bebidas similares, sem necessariamente migrar de volta para os lácteos.

Do ponto de vista produtivo, o impacto é percebido, ainda que de maneira desigual. O aumento do consumo de leite fluido tende a influenciar positivamente os preços pagos ao produtor, já que esse tipo de destinação agrega maior valor direto. No entanto, a abrangência do efeito varia conforme a estrutura produtiva de cada estado.

Em Wisconsin, por exemplo, onde a maior parte do volume captado se converte em queijos e derivados industriais, o movimento foi recebido com cautela. “Não foi algo significativo e pode ser apenas uma pausa dentro da trajetória estrutural de queda do leite líquido”, avaliou Gefvert.

Ainda assim, há otimismo moderado no setor. Parte dele está concentrado na possível implementação nacional da Lei de Leite Integral para Crianças Saudáveis, aprovada pelo Senado no fim de 2024. A medida busca reintroduzir leite integral no Programa Nacional de Alimentação Escolar — um canal de alto impacto para a formação de hábitos alimentares e para a sustentação da demanda interna. Caso avance definitivamente, a legislação poderá reforçar o impulso observado em 2024 e estabelecer uma nova base de crescimento para o mercado doméstico de lácteos.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de EDairyNews Español


Jogo Rápido
Globo Rural: Crise no setor de leite
No Rio Grande do Sul, o preço pago pelo litro está em queda há meses. Veja a matéria completa na globoplay clicando aqui.


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Porto Alegre, 12 de dezembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.534


Seminário vai tratar da sanidade dos rebanhos leiteiros em 2026

Os integrantes do Conselho Técnico Operacional da Pecuária Leiteira (CTOPL) do Fundo Estadual de Sanidade Animal (Fundesa) do Rio Grande do Sul realizaram, na manhã desta sexta-feira (12/12), reunião na sede da entidade, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, para debater temas estratégicos da cadeia leiteira gaúcha e alinhar as ações para 2026. O encontro teve como foco a avaliação do andamento do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT) e a definição de medidas voltadas ao fortalecimento da sanidade dos rebanhos.

Foi pactuada a realização de um seminário estadual para o primeiro semestre, com transmissão virtual, envolvendo o Ministério da Agricultura, a Secretaria da Agricultura, indústrias, produtores e entidades do setor, conforme o presidente do CTOPL e da Gadolando, Marcos Tang. “É de fundamental importância nos mantermos sempre alertas, sempre estarmos atualizados todos os segmentos, produtor, indústria, as autoridades competentes. Para isso trabalhamos muito na ideia das responsabilidades compartilhadas”, afirmou.

A APIL e o Sindilat/RS deverão atuar na mobilização da indústria para o seminário. “O evento precisa ser objetivo, com pauta clara e abordagem prática, de modo a garantir a adesão dos participantes e contribuir diretamente para o avanço da sanidade na cadeia produtiva”, indicou o 1º vice-presidente do Sindilat/RS, Alexandre Guerra, representante da Santa Clara.

Conforme dados da Secretaria da Agricultura, a cobertura vacinal contra brucelose está acima de 80% no rebanho de aproximadamente 1,8 milhão de cabeças de gado leiteiro. Entre os desafios, os integrantes do conselho identificam a padronização de procedimentos e a incorporação do controle sanitário como parte da produção, não como custo adicional. Além disso, apontam a ampliação das testagens, rastreabilidade e orientações aos produtores sobre o cumprimento do calendário sanitário. (SINDILAT/RS)


Show Técnico Cooperativo acontece em dezembro e deve reunir mais de dois mil produtores em Cruz Alta

Nos dias 17 e 18 de dezembro, o Campo Experimental da CCGL recebe o Show Técnico Cooperativo, com 28 cooperativas e oito estações de inovação que apontam tendências para o futuro da agriculturaO campo que ajudou a escrever parte da história da agricultura gaúcha será, mais uma vez, palco de inovação e cooperação. Nos dias 17 e 18 de dezembro, o Campo Experimental da CCGL, às margens da ERS-342, em Cruz Alta, receberá a edição 2025 do Show Técnico Cooperativo, um encontro que pretende reunir mais de duas mil pessoas, produtores, pesquisadores, técnicos e famílias, em torno de um propósito comum: compartilhar conhecimento e discutir o futuro do agro.

Promovido pela Rede Técnica Cooperativa (RTC), com a participação de 28 cooperativas agropecuárias do Rio Grande do Sul, o evento chega a edição 2025 com a proposta de mostrar resultados de pesquisa transformados em soluções práticas para o campo. Serão dois dias de imersão técnica em um dos espaços de pesquisa mais tradicionais do país, um local que, desde 1971, serve como vitrine para a inovação agrícola e símbolo do cooperativismo gaúcho.

"Estamos preparando uma entrega técnica de alto nível para todos os participantes. Tudo aquilo que pesquisamos, testamos e validamos será apresentado no Show Técnico. Compartilhar conhecimento é a nossa missão”, destaca Geomar Corassa, gerente de Pesquisa da RTC/CCGL.

Ao longo do evento, os participantes percorrerão oito estações técnicas, conduzidas por pesquisadores e especialistas. As temáticas passam por tecnologias digitais, como a plataforma SmartCoop, que vem ampliando o acesso à informação e à gestão de dados nas propriedades, Planejamento forrageiro, Manejo de doenças, Manejo de insetos praga, Qualidade do solo, Clima e sistemas de produção, Gestão e Irrigação e Manejo de Plantas daninhas

Mais do que demonstrar novas práticas, cada estação será um espaço de diálogo e troca, no qual a pesquisa se junta a realidade do campo.

O Show Técnico Cooperativo também vai ser mais uma vez, um ponto de encontro de gerações. Além da programação técnica, o evento contará com espaço kids, reforçando o papel social e comunitário das cooperativas. A entrada é gratuita através das cooperativas e mediante a doação de 1 kg de alimento não perecível, que será destinado à entidades assistenciais.

“A ideia é que o produtor venha com a família e viva o espírito cooperativista em sua forma mais completa”, reforça Geomar.

Mais do que um evento técnico, o Show Técnico Cooperativo é uma celebração da força do cooperativismo gaúcho e da capacidade de inovação do campo. No mesmo solo onde a Fundacep iniciou sua trajetória de pesquisa há mais de meio século, o agronegócio do futuro continua a ser desenhado: com tecnologia, sustentabilidade e, acima de tudo, cooperação. (ASCOM CCGL)

Emater/RS: Informativo Conjuntural 1897 de 11 de dezembro de 2025

BOVINOCULTURA DE LEITE

A condição corporal e sanitária dos animais está adequada durante o período. Entretanto, o desenvolvimento das pastagens continua prejudicado pela baixa umidade do solo, o que tem levado muitos produtores a intensificar o fornecimento de alimento no cocho. O uso de concentrados e de volumosos conservados tem sido fundamental para manter o desempenho produtivo dos animais diante da limitada oferta de forragem, fato que acarreta em elevação dos custos de produção. Mesmo com esse cenário, a Contagem de Células Somáticas (CCS), e a Contagem Padrão em Placas (CPP) seguem dentro dos limites estabelecidos pelo MAPA. Para mitigar o estresse térmico causado pelas altas temperaturas, foi necessário adotar manejos adicionais nas propriedades.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a sequência de três semanas sem chuvas, associada às temperaturas elevadas, tem impactado diretamente a produção. A alimentação das matrizes ficou limitada à reduzida oferta de forrageiras nativas, o que exigiu maior uso de feno e de ração para suprir a demanda nutricional. 

Na de Caxias do Sul, a produtividade está estável. Em função das temperaturas elevadas, alguns produtores acionaram ventiladores nos estábulos e nas salas de ordenha, especialmente nas áreas com menor disponibilidade de sombra.

Na de Erechim, os animais apresentaram condições de conforto térmico, apesar da elevação das temperaturas. 

Na de Frederico Westphalen, as temperaturas elevadas dos últimos dias interferiram negativamente no desempenho dos rebanhos, sobretudo em piquetes sem oferta adequada de sombra. O calor excessivo tem levado à estabilização ou mesmo à redução da produção em função do estresse térmico e da menor eficiência de pastejo ao longo do dia.

Na de Ijuí, a produção sofreu leve declínio. O principal fator limitante foi a temperatura elevada em todo o período, que restringiu o pastejo dos animais aos horários mais frescos do dia, sendo necessária a suplementação alimentar. Nos sistemas confinados, o uso de água para auxiliar na dissipação do calor dos animais foi intensificado no momento da alimentação. 

Na de Passo Fundo, o rebanho apresenta estado nutricional e escore corporal adequados. A oferta de leite ficou regular ao longo do período. 

Na de Pelotas, em diversos municípios, a falta de chuvas comprometeu a produção devido à limitada oferta de forragem. Ainda assim, o uso de concentrados e silagem na alimentação dos animais permitiu manter o escore corporal em níveis apropriados. 

Na de Santa Maria, devido à menor disponibilidade de forragem, foi necessário aumentar a suplementação alimentar, o que eleva os custos de produção. Além disso, em razão da redução do teor de proteína e do aumento da fibra nas pastagens, o ganho de peso dos animais ficou comprometido.

Na de Santa Rosa, os dias ensolarados e as temperaturas elevadas levaram os animais a buscar áreas de sombra e a reduzir o tempo de pastejo como forma de minimizar o estresse térmico. Os criadores relataram queda de até 18% na produção diária, reflexo direto da menor ingestão de forragem durante os períodos mais quentes do dia. (Emater/RS)


Jogo Rápido
Previsão é de sol e de chuvas isoladas para a próxima semana
A previsão do tempo é de um período marcado por sol, variação de nebulosidade e chuvas isoladas. O início da segunda quinzena de dezembro deve ser de chuvas associadas à aproximação de uma frente fria que pode avançar pelo Estado, criando um ambiente mais favorável ao desenvolvimento das culturas. As informações constam no Boletim Integrado Agrometeorológico 50/2025, produzido pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), em parceria com a Emater/RS-Ascar e o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). Sexta-feira (12/12): o aumento da nebulosidade no Norte do RS pode ocasionar chuva no Norte e na região de Rosário do Sul e Bagé. As temperaturas máximas na metade Norte ficarão entre 22 °C a 24 °C. Na metade Sul entre 28 °C a 32 °C. Sábado (13/12): um sistema de baixa pressão deve atuar sobre o Estado, aumentando a nebulosidade ao longo do dia e possibilitando a ocorrência de pancadas isoladas de chuva em todas as regiões. As temperaturas máximas devem chegar entre 32 °C no Sul e 25 °C no Norte. Domingo (14/12): o sol deve predominar em todo o território gaúcho. Há chance de pancadas isoladas ao longo do dia devido ao aquecimento diurno. As temperaturas máximas devem atingir até 35 °C no Oeste, Centro e Região Metropolitana, e no Nordeste e Sudeste em torno de 29 °C. Segunda (15/12): a passagem de uma frente fria pode provocar chuva principalmente na metade Oeste e Sul do Estado. As temperaturas máximas podem chegar a 32 °C na Região Metropolitana, Nordeste e Litoral Norte. Nas demais regiões em torno de 28 °C. Terça (16/12): uma massa de ar frio e seco deve estabilizar a atmosfera, e o dia deve ser ensolarado com pouca nebulosidade e com temperaturas mínimas de 16 °C e máximas de 26 °C a 30 °C. Quarta-feira (17/12): o sol deve predominar novamente, com poucas nuvens. As temperaturas entram em elevação em todo o Estado, alcançando 35 °C na Fronteira Oeste e de 29 °C no Nordeste e no Litoral Norte. O boletim agrometeorológico atualiza semanalmente a situação de diversas culturas e criações de animais no RS. Acompanhe todas as publicações agrometeorológicas da Secretaria em www.agricultura.rs.gov.br/agrometeorologia.


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Porto Alegre, 10 de dezembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.532


IBGE: Trimestrais da pecuária - Aquisição de leite teve alta de 10,2% em comparação com o mesmo período do ano anterior

No 3º trimestre de 2025, a aquisição de leite cru feita pelos estabelecimentos que atuam sob algum tipo de inspeção sanitária (Federal, Estadual ou Municipal) foi de 7,01 bilhões de litros, acréscimo de 10,2% em relação ao 3° trimestre de 2024. Essa marca estabeleceu recorde da série histórica, iniciada em 1997, superando o volume alcançado  nas aquisições do quarto trimestre de 2020. Em relação ao 2º trimestre de 2025, a variação nas aquisições também foi positiva, na ordem de 7,9%.

No Gráfico I.11 é possível perceber um comportamento cíclico no setor leiteiro, em que os 3º trimestres frequentemente superam os primeiros trimestres do ano, numa tendência de recuperação que culmina no quarto trimestre. O mês de maior captação, dentro do período, foi agosto, no qual foram  contabilizados 2,37 bilhões de litros de leite.

A Região Sul apresentou a maior proporção na captação de leite cru, com 43,0% do total, seguida pelas Regiões Sudeste (35,1%), Centro-Oeste (9,9%), Nordeste (9,0%) e Norte (3,0%). No comparativo do 3º trimestre de 2025 com o mesmo período em 2024, o acréscimo de mais de 650,67 milhões de litros de leite captados, em nível nacional, é proveniente de aumento de aquisição registrado em 23 das 26 UFs participantes da Pesquisa Trimestral do Leite. Em nível de Unidades da Federação, os acréscimos mais relevantes ocorreram no Paraná (+106,39 milhões de litros), Rio Grande do Sul (+102,25 milhões de litros) e São Paulo (+83,82 milhões de litros) (Gráfico I.12).

O preço líquido médio do litro de leite pago ao produtor no 3º trimestre de 2025 foi de R$ 2,57, valor 8,2% menor do que o praticado no trimestre equivalente do ano anterior. Em comparação ao preço médio auferido no 2° trimestre de 2025, houve decréscimo de 6,6% (Gráfico I.13). 

Ao longo do terceiro trimestre, assim como observado no trimestre anterior, o preço do leite veio performando queda, obtendo uma média de R$ 2,65 em julho, R$ 2,58 em agosto e R$ 2,50 em setembro. 

Segundo o IPCA, o item “Leites e derivados” teve aumento de 1,95% no acumulado de janeiro a setembro de 2025, inferior ao índice geral de 3,64% no mesmo período. Dos oito subitens desta lista, as maiores variações no período foram verificadas no leite em pó (+6,47%), no leite condensado (+5,87%) e em iogurte e bebidas lácteas (+5,27%). A maior parte da captação de leite pelos laticínios brasileiros foi realizada por estabelecimentos de grande porte, que receberam mais de 150 mil litros de leite/dia (6,5% do total de estabelecimentos) e foram responsáveis por 69,7 % do volume de leite cru captado no 3º trimestre de 2025 (Tabela I.13).

No 3º trimestre de 2025, participaram da Pesquisa Trimestral do Leite 1 965 estabelecimentos, sendo 645 (32,8%) registrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF), 847 (43,1%) nos Serviços de Inspeção Estadual (SIE) e 473 (24,1%) nos Serviços de Inspeção  Municipal (SIM), respondendo, respectivamente, por 87,8%, 10,4% e 1,8% do total de leite  captado. O Amapá foi a única Unidade da Federação a não participar da pesquisa, por não  apresentar estabelecimento elegível ao universo investigado.

FONTE: Indicadores IBGE - Estatística da Produção Pecuária - jul.-set. 2025 - Publicado em 10/12/2025


RAR verticaliza operação na cadeia produtiva de alimentos e bebidas

Ao recapitular a história da RAR Agro & Indústria em uma das apresentações do Fórum Econômico, o presidente-executivo da empresa, Sergio Barbosa, contou como o controle de qualidade em toda a cadeia produtiva tornou a RAR uma das líderes no mercado de produtos alimentícios. A produção de maçãs, vinhos e queijos se destaca no portfólio reconhecido por combinar tradição, inovação e sustentabilidade.A empresa – que leva as iniciais do fundador Raul Anselmo Randon – iniciou as atividades em 1979 com a produção de maçãs em Vacaria. A iniciativa marcava a entrada no setor agropecuário de um dos fundadores das Empresas Randon, a maior produtora de reboques da América Latina. Naquele ano, o governo federal oferecia incentivos fiscais para o cultivo de maçãs, uma vez que o País dependia fortemente de importações desses gêneros alimentícios.Hoje, a RAR é a terceira maior produtora de maçãs do Brasil, colhendo cerca de 80 mil toneladas por ano em um pomar de 1.500 hectares. Em torno de 20% das frutas são exportadas. A receita de 2024 do grupo RAR girou em torno de R$ 505 milhões.

"A coleta das maçãs é feita de forma manual. Cerca de 20 mil pessoas vão à Vacaria na época da coleta das maçãs. Já existem projetos para fazer a colheita automatizada, mas ainda são muito embrionários", observou Barbosa.

Após o sucesso na fruticultura, o fundador da RAR ingressou no mercado de laticínios. Em 1992, Randon importou 140 vacas holandesas prenhas dos Estados Unidos, que deram origem ao plantel atual de 1.500 animais. Hoje a empresa é a maior produtora de leite do Rio Grande do Sul, com uma média de 17,5 milhões de litros ao ano.

O leite serviu de matéria-prima para a produção do primeiro queijo tipo grana produzido fora da Itália, o Gran Formaggio. As primeiras formas saíram em 1996 e, hoje, a fábrica também produz parmesão e outros tipos de lácteos. São cerca de 1.380 toneladas de Gran Formaggio e 660 toneladas de parmesão ao ano.

"Para fazer uma forma de queijo (Gran Formaggio) de 40 quilos, são necessários 500 litros de leite. Temos duas câmaras (para armazenar os queijos) com quase 33 mil formas. São câmaras climatizadas, com controle da temperatura e umidade", contabilizou o presidente-executivo da RAR.

Finalmente, a empresa começou o cultivo de algumas variedades de uvas, o que abriu caminho para a entrada no mercado de vinhos e espumantes. Alguns dos sucessos da marca foram desenvolvidos a pedido de Raul Randon em datas comemorativas. Por exemplo, entre 1999 e 2002, o fundador da empresa conduziu a produção do vinho Reserva de Família, como uma celebração das bodas de ouro do seu casamento com Nilva Randon.

"Aí começou a paixão do seu Raul pelos vinhos. Em seguida, ele foi para as uvas brancas, destilados, sidras. Tudo para comemorar os bons momentos da vida", relembrou Barbosa. Hoje a RAR tem um portfólio com dezenas de vinhos, espumantes, cidras e grappas com diversos prêmios nacionais e internacionais.

Um dos diferenciais dos produtos da RAR Agro & Indústria é o controle de qualidade desde a produção dos próprios insumos até o produto final. Além disso, o acompanhamento de toda a cadeia produtiva permite que a empresa tenha cuidados com o meio ambiente, bem-estar animal e ambiente de trabalho. Graças às boas práticas nessas áreas, a RAR recebeu os selos Fair Food pelo tratamento adequado aos animais, Global G.A.P pelas práticas sustentáveis na agricultura e Eu Reciclo pelo compromisso com a reutilização de materiais recicláveis. (Jornal do Comércio)

Mulheres que bebem lácteos líquidos têm menos fraturas, mostra análise

Uma das maiores coortes sobre saúde óssea em mulheres revela que o consumo regular de lácteos líquidos reduz o risco de fraturas totais e osteoporóticas 

O consumo regular de lácteos líquidos voltou ao centro do debate científico após um estudo de grande escala indicar que esses produtos podem reduzir de maneira significativa o risco de fraturas em mulheres adultas.

A pesquisa, conduzida pela Fundação Iberoamericana de Nutrição (FINUT) e publicada no European Journal of Nutrition, acompanhou ao longo de 25 anos mais de 14 mil mulheres finlandesas, oferecendo uma das análises mais sólidas já realizadas sobre saúde óssea e dieta.

Segundo a FINUT, o objetivo principal foi esclarecer o impacto de diferentes tipos de lácteos sobre a incidência de fraturas, um problema crescente de saúde pública. Estimativas globais apontam que cerca de nove milhões de pessoas sofrem fraturas anualmente, muitas relacionadas à osteoporose. Com o avanço do envelhecimento populacional, a incidência dessas lesões aumentou mais de 33% nas últimas três décadas — um dado que preocupa especialistas e pressiona sistemas de saúde.

A coorte analisada incluiu 14.220 mulheres com idade média inicial de 52 anos. Ao longo do acompanhamento, as participantes responderam questionários detalhados sobre saúde geral, estilo de vida e frequência de consumo de diferentes lácteos. O total de observação superou 245 mil pessoas-ano, oferecendo um panorama robusto sobre padrões alimentares e risco de fraturas. Durante o período, 4.358 mulheres sofreram algum tipo de fratura. A mortalidade geral foi de 22,7%.

Os resultados chamaram atenção dos pesquisadores: mulheres que não consumiam lácteos líquidos — como leite, leite fermentado e iogurte — apresentaram maior risco de fraturas totais e osteoporóticas. Já aquelas que mantinham ingestão regular desses produtos mostraram redução significativa nesse risco. A FINUT destaca que essa diferença reforça a hipótese de um “efeito limiar” do cálcio, no qual mesmo quantidades moderadas já seriam suficientes para exercer impacto protetor sobre a estrutura óssea.

O estudo também explorou distinções entre diferentes categorias de lácteos. Enquanto os lácteos líquidos demonstraram associação clara com menor risco de fraturas totais e osteoporóticas, o queijo apresentou efeito específico: um consumo elevado foi associado à redução do risco de fratura de quadril, mas não das demais fraturas avaliadas. De acordo com os autores, essa diferença pode estar relacionada ao perfil nutricional do queijo, que concentra proteínas, sódio e compostos bioativos como probióticos, prebióticos e vitamina K. A diversidade de tipos e processos de maturação também dificulta comparações diretas entre estudos.

Outro ponto abordado pela pesquisa é a complexidade da fratura de quadril, cuja ocorrência — mais rara na amostra estudada — dificulta a identificação de relações estatísticas robustas com a ingestão de lácteos líquidos. Ainda assim, os autores destacam que os benefícios observados sobre fraturas vertebrais e outras fraturas osteoporóticas são consistentes e alinhados com o que se conhece sobre o papel do cálcio e das proteínas de alta biodisponibilidade na manutenção do tecido ósseo.

Para a FINUT, o principal recado do estudo é claro: mulheres que não consomem lácteos apresentam maior risco de fraturas ao longo da vida. Assim, incentivar o consumo de lácteos líquidos pode ser uma estratégia eficaz de saúde pública, especialmente em países onde a população idosa cresce rapidamente. Além do potencial impacto sobre a qualidade de vida, estudos econômicos sugerem que reduzir a incidência de fraturas pode aliviar custos substanciais sobre os sistemas de saúde.

Embora os dados tenham sido coletados em uma população finlandesa, com características dietéticas e climáticas próprias, os pesquisadores destacam que a robustez metodológica — incluindo longa duração e validação médica das fraturas — dá força às conclusões e amplia sua aplicabilidade a outros contextos.

A FINUT conclui que promover a ingestão moderada de lácteos líquidos deve ser considerado nas diretrizes nutricionais voltadas ao envelhecimento saudável, reforçando que o hábito pode oferecer proteção significativa contra fraturas debilitantes na vida adulta.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de Infobae


Jogo Rápido
SOJA/CEPEA: Negócios iniciam dezembro em ritmo lento; produtor segue atento ao clima
Levantamento do Cepea mostra que as negociações envolvendo soja e derivados estão em ritmo lento neste começo de dezembro, limitadas pela disparidade entre os preços ofertados por compradores e os pedidos por vendedores. Segundo o Centro de Pesquisas, enquanto boa parte dos consumidores está abastecida e à espera de queda nas cotações, muitos produtores se mostram capitalizados e pouco dispostos a ofertar novos lotes no spot. Esses sojicultores estão focados nas atividades de campo e preocupados com possíveis perdas de produtividade, especialmente em regiões que enfrentam déficit hídrico. Inclusive, colaboradores consultados pelo Cepea acreditam ser pouco provável que a safra 2025/26 alcance as 177 milhões de toneladas previstas pela Conab. Fonte: Cepea


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Porto Alegre, 09 de dezembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.531


As principais tendências para o setor lácteo em 2026

Funcionalidade, indulgência consciente e transparência: descubra como esses conceitos vão definir o futuro dos lácteos em 2026.

Todo fim de ano, eu faço um mapeamento das tendências para o próximo ano a partir de uma análise integrada de diferentes fontes de informação, como revistas especializadas, relatórios de institutos de pesquisa governamentais e privados, além de conteúdos de plataformas e portais reconhecidos pela expertise em consumo e mercado alimentar. Este ano não foi diferente. Com esse panorama em mãos, compartilho as tendências que, na minha visão, devem marcar 2026.

Mas antes é preciso recordar o ano de 2025. Este ano foi marcado por um grande paradoxo no varejo alimentar, especialmente para bens de consumo de alto giro. Indicadores macroeconômicos tradicionalmente favoráveis, como o baixo desemprego e a inflação relativamente controlada, não se traduziram em aumento de volume de vendas, que caiu mês após mês. Essa queda no volume foi atribuída à grande cautela do consumidor, ao endividamento da população e, adicionalmente, a um ano mais frio do que o anterior, que impactou categorias de compra por impulso e sazonais. No Brasil, o calor impulsiona o consumo de categorias que geram muito tráfego no varejo, como as bebidas, por exemplo. Assim, um ano mais frio significa um ano com menos vendas dessas categorias.

Embora o valor total das vendas no varejo tenha crescido devido à inflação, o tíquete médio que o consumidor dispende em cada compra aumentou mais do que a inflação. Isso ocorreu principalmente pela mudança no mix de produtos, com buscas por premiumização, mas de forma seletiva. Itens que são unitariamente mais caros, como carnes, por exemplo, ganharam peso na cesta, enquanto itens mais baratos diminuíram sua proporção.

Essa cautela seletiva resultou em uma migração de consumo, onde categorias historicamente ligadas à indulgência tradicional (como chocolates e biscoitos) caíram, mas as categorias focadas em saúde, equilíbrio e performance cresceram muito, demonstrando que a indulgência se expandiu para um conceito mais amplo ligado ao autocuidado cresceram muito, demonstrando que a indulgência se expandiu para um conceito mais amplo ligado ao autocuidado.

Para 2026, a expectativa é que essas dinâmicas se consolidem e se acelerem, moldadas por uma busca contínua por valor, saúde e experiências autênticas. 

1. Funcionalidade elevada: A saúde continua sendo a principal prioridade para os consumidores. A mentalidade de se alimentar melhor e de forma mais saudável está se estabelecendo. A busca por benefícios preventivos e soluções específicas exige que a funcionalidade seja a base dos produtos lácteos. Uma novidade é que agora, o conceito de saúde se expande para o bem-estar integral, em uma visão mais holística, incluindo energia, sono, humor, estresse e saúde mental. Em um contexto de envelhecimento populacional e aumento dos casos de ansiedade e estresse, cresce a atenção à saúde mental como parte da alimentação funcional. Ingredientes como magnésio, triptofano e compostos bioativos ganham espaço, assim como o interesse por alimentos que promovam relaxamento, sono e equilíbrio emocional. O cenário é promissor para os lácteos funcionais, com avanço em fortificação de vitaminas e minerais, inclusão de probióticos voltados à saúde intestinal e desenvolvimento de compostos que apoiam funções como cognição e imunidade. Nesse contexto, o iogurte se destaca como uma das plataformas mais fortes para capturar esse movimento: além de ser versátil e amplamente aceito, é percebido como um alimento de impacto direto no bem-estar digestivo, e esse entendimento é global. Na China, por exemplo, 56% dos consumidores afirmam que o iogurte é um dos alimentos que mais auxilia a saúde intestinal, reforçando a oportunidade de posicioná-lo como veículo natural para benefícios funcionais e propostas de alto valor agregado. Com o aumento da familiaridade dos consumidores com o termo “alimento ultraprocessado”, cresce a busca por produtos percebidos como mais naturais, com baixo teor de açúcar e com o mínimo possível de processamento. Esse movimento fortalece categorias que conseguem entregar conveniência sem abrir mão da “limpeza” do rótulo. A tendência se evidencia no boom das opções zero açúcar: um comportamento já observado em 2025, quando, por exemplo, as vendas de energéticos zero açúcar cresceram 56%, segundo a Scanntech. Outro item que merece destaque é a proteína. Desde 2012 repito que a proteína seria a tendência da década. O curioso é perceber que, mais de dez anos depois, ela continua sendo, o que só reforça sua força como pilar do consumo moderno. Nunca se viu tantos lançamentos de produtos ricos em proteína. Pesquisa do IFF (2025) mostra que, pelo terceiro ano seguido, o consumo de alta proteína é a dieta mais seguida pelos americanos (23% da população em 2025). Como acontece com toda novidade que vira realmente tendência, o mercado de produtos proteicos, ou “proteinados”, saiu das lojas especializadas e se consolidou como mainstream nos corredores dos supermercados, tendo mais do que dobrado as vendas em 2025 (Scanntech, 2025). A ascensão de medicamentos inibidores de apetite (GLP-1s) reforça a oportunidade para lácteos fornecerem opções compactas e densas em nutrientes, especialmente com alto teor de proteína, para gerenciar o apetite reduzido e promover saciedade.

2. Indulgência consciente: Os consumidores estão buscando ativamente "nutrição emocional" por meio de indulgência, nostalgia e prazer, e não querem mais escolher entre saúde e felicidade. Eles esperam que os lácteos entreguem ambos, buscando uma harmonia prazerosa. Essa demanda por experiências ricas, indulgentes e, ao mesmo tempo, guilt-free impulsiona a inovação. Um exemplo concreto dessa busca por indulgência sem culpa é o "morango do amor", um doce que viralizou combinando frutas com iogurte e chocolate, oferecendo um tratamento doce com um toque nutritivo. Para o setor lácteo, isso significa oferecer produtos que equilibram sabor e saúde, como iogurtes de alta proteína e queijos que servem como snacks premium e ao mesmo tempo como melhoradores de humor. É isso mesmo, a ciência mostra que o consumo de queijo pode melhorar o humor e uma pesquisa recente identificou que 45% dos consumidores na China já comem queijo para melhorar o humor. A inovação de sabor é crucial, impulsionada pela Geração Z e Millennials que buscam perfis novos e distintos. O pistache, por exemplo, é um sabor que veio para ficar. Apesar do boom dos últimos anos, o sabor ainda está em franco crescimento na Europa em iogurtes e sobremesas, oferecendo um perfil rico, textura cremosa e ainda sendo fonte de proteína e fibra, se alinhando bem a essa tendência de indulgência consciente. Embora os sabores clássicos forneçam conforto, há espaço para sabores ousados e edições limitadas, como queijos com especiarias exóticas. A nostalgia também é uma forte alavanca, com o resgate de produtos e campanhas clássicas para se reconectar com o passado e unir gerações.

3. Transparência regenerativa: A crise ambiental é uma preocupação quase unânime, com 80% dos consumidores acreditando em uma catástrofe ecológica se os hábitos não mudarem. Nesse cenário, ocorre uma mudança profunda na relação entre consumidores e marcas: sustentabilidade deixou de ser um diferencial (green premium) e tornou-se uma expectativa básica. As pessoas não querem pagar mais por práticas ambientalmente éticas. Elas esperam que as empresas já operem de forma responsável e tornem mais fácil "fazer o bem". Isso transforma sustentabilidade em “higiene operacional”: algo que deve estar incorporado ao funcionamento do negócio, e não apenas à narrativa publicitária. Com isso, cresce a exigência por transparência na cadeia produtiva e por rastreabilidade, permitindo que o consumidor entenda a origem do leite, o manejo dos animais no campo e o impacto ambiental real da produção. A indústria láctea precisa avançar do discurso de “reduzir danos” para a lógica da regeneração, que busca restaurar ecossistemas, melhorar o solo, fortalecer a biodiversidade e promover práticas agrícolas que devolvam mais do que retiram. Nesse contexto, o bem-estar animal emerge como o critério mais relevante na decisão de compra de lácteos, superando, inclusive, a rotulagem de carbono e tornando-se um ponto sensível de confiança. Há ainda um fator crucial: o consumidor confia mais nas informações vindas do produtor do que nas das grandes corporações. Isso cria uma janela estratégica para o produtor brasileiro mostrar seu dia a dia, evidenciar manejo, práticas de bem-estar animal e ações regenerativas, fortalecendo o vínculo direto com o público e a percepção de autenticidade. Paralelamente, pesquisas como as da Ipsos indicam que uma parcela crescente de consumidores questiona se a globalização, de fato, traz benefícios, o que tem impulsionado a valorização do local, do regional e do autêntico. Essa mudança reforça o apelo do terroir, especialmente em categorias como os queijos artesanais, onde a história, a região e a identidade produtiva agregam significado e justificam escolhas mais intencionais. Apesar dessa forte orientação por valores socioambientais, o preço continua sendo determinante em um contexto de renda pressionada. Assim, o desafio do setor lácteo em 2026 é equilibrar custo, propósito e transparência: tornar práticas sustentáveis parte natural da operação, comunicar com clareza e produzir de forma regenerativa, sem repassar todo o impacto econômico ao consumidor.

4. Consumo seletivo: O alto custo de vida e a cautela do consumidor levam à intensificação dos movimentos de trade down e trade up seletivos. Trade Down: acontece em categorias básicas onde há pouca diferenciação percebida, com consumidores migrando para opções mais econômicas. Exemplos incluem leite UHT, que já está comoditizado, e creme de leite. Trade Up: ocorre em categorias que se relacionam com nutrição, performance, estética, saúde e prazer consciente. O consumidor está disposto a pagar mais por produtos premium em categorias que percebe um valor agregado significativo, como a bebida láctea com alto teor de proteína.

5. Lácteos do futuro: No desenvolvimento de produtos, a inovação high tech avança em duas frentes principais: nutrição híbrida e alternativas de menor impacto ambiental. Uma das grandes novidades é a fermentação de precisão e agricultura celular: estas tecnologias estão na vanguarda da inovação, produzindo proteínas lácteas reais (caseína e whey) sem o uso de animais. Grandes investimentos têm sido feitos neste sentido visando à redução do impacto ambiental. Dados da UnReal Milk da Brown Foods indicam que há redução das emissões de carbono em 82% em comparação com o leite convencional.

Para finalizar, as tendências indicam que 2026 será um ano para o setor lácteo focar na inovação com propósito. O sucesso dependerá da capacidade de oferecer produtos que sejam saborosos, nutritivos e que se alinhem aos valores do consumidor. O setor deve usar o leite, um produto naturalmente nobre, como porta-voz do território, da saúde e dos valores familiares em um mundo que busca reconexão e confiança. O desafio é encontrar o equilíbrio entre a necessidade de manter o preço acessível para a maior parte da população brasileira e as exigências de sustentabilidade e inovação para nichos de mercado. Em última análise, o setor de lácteos deve se posicionar como um aliado do bem-estar em todas as fases da vida, oferecendo um produto que seja saboroso, acessível, sustentável e conveniente. (Milkpoint adaptado pelo Sindilat/RS)


Conseleite Minas Gerais
 

As informações são do Conseleite MG

Nutrição esportiva: Músculos e… doce de leite? A tendência que cresceu nas academias

Consumido com estratégia, o doce de leite virou aliado de quem busca energia rápida para treinos intensos, segundo nutricionistas que acompanham o movimento nas academias.

O doce de leite deixou de ser apenas um prazer da mesa brasileira para assumir um papel improvável nas academias.

A mudança, apontam nutricionistas esportivos ouvidos por eDairyNews Brasil, não aconteceu por acaso: o tradicional doce ganhou espaço como uma fonte rápida de energia para quem treina forte e precisa de reposição imediata de glicogênio.

Durante décadas, o doce de leite carregou a fama de inimigo das dietas, principalmente pela combinação de açúcar e gordura. Mas especialistas explicam que rotular alimentos de forma permanente costuma ser um erro — e que o contexto alimentar pesa mais do que o alimento isolado. No caso desse clássico da confeitaria nacional, o segredo está justamente no uso pontual e estratégico, algo que muitos praticantes de musculação vêm adotando com naturalidade.

O argumento técnico por trás dessa tendência se apoia no papel essencial dos carboidratos no desempenho físico. O doce de leite é rico nesse nutriente, responsável por reabastecer o glicogênio muscular — combustível usado nos treinos de força, séries mais longas ou exercícios de alta intensidade. Profissionais de nutrição esportiva relatam que a energia liberada é rápida, o que ajuda a manter o rendimento, reduzir a fadiga e acelerar processos de recuperação quando consumido no pré ou no pós-treino.

Além da função energética, há um fator bem brasileiro influenciando a escolha: a praticidade. Ao contrário de suplementos esportivos, geralmente mais caros e nem sempre disponíveis fora das lojas especializadas, o doce de leite é acessível, está presente na rotina de consumo de grande parte da população e se encaixa facilmente em lanches rápidos. Para quem treina cedo, trabalha em horário apertado ou busca opções simples, isso vira diferencial.

Nutricionistas, contudo, fazem questão de reforçar que a tendência não significa liberação geral. Exageros podem aumentar o acúmulo de gordura corporal e atrapalhar metas de composição física. O uso recomendado é pontual, sempre dentro de uma dieta equilibrada que inclua proteínas de qualidade, vitaminas, minerais e fibras. O doce, destacam, não ocupa o lugar de alimentos com função construtiva, como carnes, ovos, iogurtes ou suplementos proteicos.

A regra apresentada pelos especialistas é clara: o doce de leite pode ser um aliado eventual, mas não deve virar protagonista. A escolha faz sentido apenas em situações específicas, como antes de treinos de força mais pesados, ou logo após sessões que exigiram muita energia. Para quem busca ganho de massa muscular, a combinação ideal envolve carboidratos de rápida absorção e proteínas, garantindo que o corpo tenha tanto energia quanto material para reconstruir fibras.

Relatos colhidos por profissionais também revelam outro motivo para a crescente adesão: o fator emocional. Inserir um alimento afetivo na rotina de treinos ajuda muitas pessoas a manterem constância e prazer na alimentação. Um pequeno porção de doce de leite antes de um treino pode ter impacto positivo na experiência geral, algo que especialistas em comportamento alimentar destacam como parte importante de qualquer dieta sustentável.

Nas academias, instrutores relatam que o tema vem surgindo com mais frequência em conversas informais. Alguns alunos carregam potinhos individuais na mochila e usam como “tiro curto” de energia. Outros preferem consumi-lo após a atividade, junto com uma fonte proteica. A popularidade também cresce nas redes sociais, onde influenciadores de nutrição esportiva mencionam o doce como opção acessível e de sabor familiar.

A febre, porém, não elimina a necessidade de orientação. Profissionais consultados reforçam que cada treino e cada organismo têm demandas diferentes. Quem treina para performance, quem busca emagrecimento e quem está no início da vida ativa têm necessidades nutricionais distintas. Por isso, inserir o doce de leite com propósito — e não por impulso — é a linha que separa benefício de prejuízo.

No fim das contas, a ascensão do doce de leite como aliado de treino reflete um movimento maior no universo das dietas: a busca por equilíbrio, flexibilidade e escolhas realistas. Se consumido no momento certo, na quantidade adequada e dentro de uma rotina alimentar organizada, ele pode sim colaborar com desempenho e motivação. E, para muitos brasileiros, nada mais motivador do que unir sabor, tradição e treino — sem culpa e com consciência.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de JETSS


Jogo Rápido
Milho/Cepea: Maior interesse comprador e retração vendedora mantêm preços em alta
Os preços do milho seguiram em alta no mercado interno na última semana, com o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) se aproximando dos R$ 70/saca de 60 kg, patamar nominal verificado pela última vez em maio/25. Segundo levantamento do Cepea, o impulso veio sobretudo do maior interesse de compradores somado à retração de vendedores. Produtores estão focados na semeadura e atentos ao desenvolvimento da safra. Em algumas regiões, conforme o Centro de Pesquisas, agricultores estão preocupados com o clima quente e, em outras, com os impactos das chuvas de meados de novembro. Nesse contexto, agentes limitam os lotes disponibilizados no spot, à espera de novas valorizações. Do lado da demanda, pesquisadores do Cepea explicam que compradores buscam recompor os estoques para o final do ano e início do próximo, mas esbarram nos maiores preços pedidos por vendedores. Alguns compradores seguem afastados do spot, à espera de queda nas cotações, fundamentados na aproximação da colheita da safra verão, que deve levar produtores a liberar armazéns e/ou fazer caixa, no maior excedente interno e nas exportações em ritmo abaixo do esperado. (CEPEA)


Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 08 de dezembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.530


7 chaves para o forte crescimento da produção global de leite em 2025

A Europa, o Reino Unido e os EUA estão liderando uma recuperação da produção que está gerando excesso de oferta e pressão de baixa sobre os preços.O ano de 2025 marcou uma mudança inesperada no mercado global de laticínios: a produção de leite de vaca cresceu a um ritmo mais acelerado do que a capacidade de absorver a demanda internacional. Com aumentos simultâneos na Europa, no Reino Unido e nos Estados Unidos, o excesso de oferta surge como um dos desafios mais significativos para 2026.
No Reino Unido, a produção atingiu níveis extraordinários, com um aumento anual de 6%. Esse crescimento se explica pelas margens de lucro excepcionais, com preços do leite acima da média e ração mais barata do que nos anos anteriores. Esse contexto incentivou os produtores a expandirem suas fazendas, aumentarem o número de vacas e prolongarem os períodos de lactação.Segundo estimativas da StoneX, essa dinâmica faz parte de um fenômeno global que combina condições de produção favoráveis com demanda estagnada, o que exerce pressão para baixo sobre os preços no curto e médio prazo.Europa: recuperação após a doença da língua azul
A União Europeia, que responde por quase metade da produção mundial entre os principais exportadores, está a registar uma forte recuperação após a queda provocada pela epidemia do vírus da língua azul em 2024. A recuperação das taxas de natalidade e a melhoria das margens explicam o crescimento observado em 2025.O Eurostat reporta um aumento homólogo de 6% em setembro, com a Alemanha a contribuir com mais 120 milhões de litros (+4,9%), a França com 104 milhões (+5,9%), os Países Baixos com 71 milhões (+6,9%) e a Polónia com 47 milhões, impulsionados por boas margens.

Ainda assim, a sustentabilidade do crescimento é incerta com a chegada do inverno e considerando os sinais de enfraquecimento das margens na UE.
Estados Unidos: Mais plantas, mais vacas
Os Estados Unidos, responsáveis por um terço da produção dos principais exportadores, também estão apresentando forte crescimento. Após um ano de 2024 favorável, um investimento de US$ 9 bilhões em 15 novas fábricas de queijo e soro de leite aumentou a capacidade de produção em 410 mil toneladas anualmente. Isso impulsionou o aumento do rebanho: 200 mil vacas adicionais em 18 meses, o maior aumento em 25 anos.

Segundo Eucolait, a produção aumentou 3,2% em agosto. Embora o país tenha superado parcialmente problemas de saúde como a gripe aviária, a pressão sobre os preços internos está aumentando à medida que a oferta continua a expandir-se.

Excesso de oferta global e preços baixos
Os principais blocos produtores compartilham o mesmo cenário: a oferta global supera a demanda. Os estoques estão crescendo enquanto a demanda interna e de exportação permanece estagnada, gerando preços baixos que podem persistir até 2026. Mesmo com a estabilização da produção, os altos níveis de estoque irão atrasar a recuperação do mercado.

Possíveis estímulos via preços
A queda prolongada nos preços pode impulsionar a demanda no varejo, especialmente por manteiga. Consumidores e fabricantes que substituíram gorduras lácteas por óleos vegetais podem voltar a preferir produtos lácteos devido aos custos mais baixos.

Novos riscos para a saúde e o clima
A situação sanitária permanece frágil: a dermatite nodular contagiosa, a febre aftosa e o risco de entrada da mosca-varejeira na Europa podem perturbar o abastecimento regional. A isto se soma a variabilidade climática, que afeta tanto os custos da alimentação animal como a saúde do rebanho.

Perspectivas para 2026
Prevê-se que as pressões sobre os preços persistam até 2026, com um mercado em processo de ajustamento estrutural e com margens reduzidas. O sucesso da produção torna-se paradoxal: o leite flui mais do que nunca, mas os lucros são cada vez mais escassos.

Fonte:  Fedeleche


Secretaria da Agricultura e Pecuária discute estratégias para fortalecer o setor leiteiro e ampliar a competitividade

Para avaliar o atual panorama socioeconômico e os desafios do setor leiteiro, a Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (Sape) promoveu, na quinta-feira, 4, uma reunião com lideranças do segmento, parlamentares e empresas vinculadas: Epagri e Cidasc. O encontro teve como foco a busca por soluções para aumentar a competitividade da cadeia produtiva e apresentar os programas do Governo do Estado, que neste ano somam mais de R$ 216,3 milhões em apoio direto aos produtores de leite.

Santa Catarina é o 4º maior produtor de leite do país, são mais de 24,5 mil produtores. Em 2024, o estado alcançou 3,3 bilhões de litros produzidos, o equivalente a 9% da produção nacional. Durante a reunião, foram debatidos temas como custo de produção, rentabilidade, produtividade, impactos das importações no preço pago ao produtor e estratégias para ampliar o consumo de leite.

O secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Carlos Chiodini, destacou que os esforços estão concentrados em agregar valor à cadeia produtiva. “Estamos em um trabalho intenso com o setor produtivo e lideranças na busca de soluções para conquistarmos um melhor momento para esse mercado. O Governo do Estado está fazendo a sua parte com políticas públicas e ouvindo a cadeia leiteira. Elencamos diversas sugestões, que serão sistematizadas e avaliadas quanto à sua viabilidade”, afirmou. O Grupo de Trabalho formado seguirá dialogando para alinhar ações. Nesta semana, o secretário também participou de uma reunião sobre o tema no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em Brasília.

Dados do IBGE apontam que, no primeiro semestre de 2025, a captação de leite no Brasil atingiu 13 bilhões de litros — o maior volume da última década e 7% superior ao mesmo período de 2024. As economistas do CEPA/Epagri também ressaltaram dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF/IBGE), que mostra consumo médio de apenas 5 litros de leite por família (entre leite fluido e derivados).

Apoio à cadeia leiteira catarinense
Com o objetivo de assegurar a competitividade do setor leiteiro em Santa Catarina, os produtores de leite contam com programas do Governo do Estado, que nesse ano já somam mais de R$ 216,3 milhões para esse setor, com mais de 49 mil produtores beneficiados.

O Programa Leite Bom SC compreende os programas Pronampe Leite SC e Financia Leite SC via Fundo Estadual de Desenvolvimento Rural (FDR), para esses programas estão previstos R$ 150 milhões, para os anos de 2024, 2025 e 2026, para subsidiar juros de empréstimos bancários e conceder financiamentos sem juros.

O Leite Bom também contempla outros R$ 150 milhões, que devem ser revertidos em incentivos tributários à indústria leiteira catarinense de maneira escalonada: R$ 75 milhões no primeiro ano, R$ 50 milhões no segundo e outros R$ 25 milhões no terceiro ano. Nesse sentido, também estão em execução medidas como a suspensão de benefícios para a importação de leite e derivados.

A suspensão dos incentivos voltados à importação de leite e derivados teve reflexos positivos para a indústria catarinense. Indicadores monitorados pela Secretaria de Estado da Fazenda (SEF/SC) mostram que o volume de importações de leite e derivados caiu quase 75% no primeiro semestre deste ano comparado ao mesmo período do ano passado: baixou de R$ 512,5 milhões para R$ 135,2 milhões.

A cadeia leiteira também conta com o Programa Terra Boa, para melhoria das pastagens e aumentar a produtividade. Além disso, o leite produzido em Santa Catarina também segue rigorosos controles de qualidade, inspeção e rastreabilidade. (Agricultura SC)

A pedido de entidades, governo do Estado protocola projeto relativo a fundos para fortalecer defesa sanitária animal

Texto foi encaminhado pelo Executivo sob regime de urgência, nesta quinta-feira (4/12), à Assembleia Legislativa

O governo do Estado protocolou na Assembleia Legislativa, no fim da tarde desta quinta-feira (4/12), um projeto de lei que propõe ajustes nas taxas vinculadas ao Fundo Estadual de Sanidade Animal (Fesa) e ao Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa).

A finalidade é fortalecer os fundos de saúde animal e garantir a estabilidade econômica de cadeias produtivas. O projeto encaminhado para apreciação do Parlamento, em regime de urgência, é resultante de pedido do Fundesa e de entidades do setor, que procuraram o Poder Legislativo, a Casa Civil e a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).

Cadeias produtivas

O texto propõe atualizar as taxas vinculadas a ambos os fundos, para manter a viabilidade das cadeias de pecuária de corte, leite, ovinos, suínos e aves. Os recursos arrecadados têm destinação compulsória para indenizações e gestão de riscos em casos de eventos sanitários que exijam sacrifício de animais, restrições de trânsito ou gerem impacto econômico. A iniciativa cobre focos de doenças contempladas por programas sanitários oficiais, como febre aftosa, pestes suínas clássica e africana, doença de Aujezsky, tuberculose bovina, brucelose, influenza aviária e doença de Newcastle.

As alterações reforçam os reconhecimentos sanitários internacionais obtidos pelo Rio Grande do Sul, como as certificações de zona livre de diversas enfermidades, essenciais para acessar mercados de alto valor. Todo o processo de revisão contou com a concordância e participação ativa de entidades.

Mobilização de organizações

Fazem parte da mobilização a Associação de Cooperativas do RS (Acsurs), a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), a Federação da Agricultura do Estado do RS (Farsul), a Federação das Cooperativas de Produção Agropecuária do RS (Fecoagro), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no RS (Fetag), a Federação Brasileira da Indústria de Carnes (Febrac).

Também integram o Sindicato da Indústria de Produtos Cárneos e de Carnes no RS (Sicadergs), representando frigoríficos e indústrias de produtos cárneos; o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do RS (Sindilat); o Sindicato da Indústria de Produtos Suínos do RS (Sips); o Sindicato da Indústria de Produtos Avícolas no Estado do RS (Sipargs).

Projeto de Lei 515/2025

https://www.estado.rs.gov.br/a-pedido-de-entidades-governo-do-estado-protocola-projeto-relativo-a-fundos-para-fortalecer-defesa-sanitaria-animal 

Texto: Ascom Casa Civil


Jogo Rápido
Secretário Executivo do Sindilat detalha crise no setor leiteiro e aponta incertezas para 2026. Ouça a entrevista completa clicando aqui. (Rádio Planetário)


Newsletter Sindilat_RS

Porto Alegre, 05 de dezembro de 2025                                                 Ano 19 - N° 4.529


CCGL e Embrapa analisam custos e eficiência de sistemas de produção de leite em Cruz Alta

A sede da Cooperativa Central Gaúcha Ltda. (CCGL) recebeu, nesta quarta-feira, 03, pesquisadores da Embrapa Gado de Leite para o 3º dia do 6º Workshop de Sistemas Típicos de Produção de Leite do Rio Grande do Sul. O encontro reuniu técnicos e dirigentes do setor para validar indicadores econômicos e zootécnicos da atividade leiteira no estado.A reunião marca o encerramento da programação iniciada na segunda-feira. Após dois dias de coleta de dados em propriedades rurais do Noroeste gaúcho, o grupo dedicou a quarta-feira à análise técnica das informações. O objetivo foi atualizar a metodologia dos Sistemas Típicos de Produção de Leite (STPL), ferramenta utilizada para monitorar a evolução dos custos e da competitividade da cadeia.Os painéis foram conduzidos pelos pesquisadores Luiz Antônio Aguiar de Oliveira e Lorildo Aldo Stock, da Embrapa. A pauta concentrou-se no comparativo de desempenho entre diferentes modelos produtivos, com destaque para a avaliação de custos em sistemas de compost barn e de ordenha robotizada.Além da equipe técnica da cooperativa, participaram do debate o gerente de Suprimento de Leite da CCGL, Jair da Silva Mello, o Secretário-Executivo do Sindilat/RS, Darlan Palharini, e o assistente técnico da Emater/RS, Oldemar Weiller.

Segundo a metodologia do workshop, os dados reais coletados nas visitas de campo foram confrontados com modelos matemáticos para identificar gargalos de produção e tendências de mercado. As conclusões do grupo de trabalho servirão de base para a orientação técnica de produtores e para o planejamento estratégico das entidades envolvidas. (Ascom CCGL)


Balança comercial de lácteos: novembro marca retração nas importações de LPI

As exportações aumentaram e as importações recuam, causando certo alívio ao saldo da balança comercial de lácteos.

O saldo da balança comercial de lácteos fechou em -172,3 milhões de litros em equivalente-leite, o que representa uma redução de 15% (-203,7 milhões de litros em outubro). As exportações aumentaram 10%, enquanto as importações recuaram 15% em relação a outubro.

Gráfico 1. Saldo mensal da balança comercial brasileira de lácteos – equivalente leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

Em novembro, as exportações de lácteos totalizaram 4,9 milhões de litros em equivalente-leite, um aumento de 10% frente ao mês anterior, mas apenas 2% acima do registrado no mesmo mês de 2024. No acumulado de janeiro a novembro de 2025, porém, as exportações ainda mostram queda de 24,5% em relação ao mesmo período de 2024.

Gráfico 2. Exportações em equivalente-leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

As importações caíram 15% em novembro, totalizando 177,2 milhões de litros em equivalente-leite. Na comparação com novembro de 2024, a queda é de 13%. No acumulado de janeiro a novembro de 2025, as importações registraram retração de 5% frente ao mesmo intervalo de 2024.

Gráfico 3. Importações em equivalente-leite.

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint a partir dos dados do COMEXSTAT.

Em novembro, as exportações apresentaram movimentos distintos entre os produtos:

Manteiga: registrou alta de 20%;
Categoria Queijos (total): cresceu 32%;
Soro de leite: recuou 6%;
Leite condensado: teve queda de 5%;
Creme de leite:  apresentou retração de 17%.
 
Nas importações, observam-se os seguintes movimentos:

Leite em pó integral (LPI): principal item importado, com queda de 30% na variação mensal;
Leite em pó desnatado (LPD): segundo principal item, com alta de 13%, possivelmente em função de uma menor oferta no mercado basileiro dado ao panorama de fortes recuos nos preços da matéria gorda;
Soro de leite: retração de 45% nas importações.
 

As tabelas 1 e 2 mostram as principais movimentações do comércio internacional de lácteos nos meses de outubro e novembro de 2025.

Tabela 1. Balança comercial de lácteos em novembro de 2025

Tabela 2. Balança comercial de lácteos em outubro de 2025

Fonte: Elaborado pelo MilkPoint Mercado com base em dados COMEXSTAT. 

O que podemos esperar para os próximos meses?
A ampla oferta de lácteos, tanto no mercado interno quanto no internacional, continua ampliando a disponibilidade do produto e pressionando as cotações. No Mercosul, principalmente Argentina e Uruguai, observa-se um movimento de redirecionamento das exportações para outros mercados, já que o Brasil enfrenta um panorama de forte aumento de oferta, causando um mercado travado e preços menores  — fatores que tendem a reduzir o interesse desses países em comercializar com o mercado brasileiro, o que ajuda a justificar esses números menores de importações. 

Especificamente para o leite em pó desnatado, o momento é de menor oferta no mercado nacional, causado pela desvalorização da matéria gorda, que tem diminuído o interesse pela produção deste produto. Isto pode contribuir para a manutenção dos volumes importados nos próximos meses. 

Embora a essa redução das importações totais possa trazer algum alívio aos players internos, o principal fator de pressão sobre os preços permanece sendo o avanço expressivo da captação brasileira, que pode continuar limitando espaço para reações significativas dos preços no curto prazo. (Milkpoint)

EMATER/RS: Informativo Conjuntural 1896 de 04 de dezembro de 2025

BOVINOCULTURA DE LEITE

De maneira geral, segue adequada a condição corporal e a sanidade dos rebanhos. O tempo mais seco do período favoreceu o controle de mastites e o manejo de ectoparasitas, apesar do aumento nos casos de infestação por moscas, especialmente mosca-dos-chifres, e de carrapatos em algumas propriedades. Devido à transição entre o final de ciclo das pastagens de inverno e o início da oferta das pastagens de verão, foi necessário reforçar a alimentação dos animais com concentrados energéticos e proteicos.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a sequência de dias com altas temperaturas limitou o consumo de alimento por parte dos animais nos horários de maior temperatura. 

Em Manoel Viana, a produção está estável em razão da oferta de pastagens  anuais de verão, estabelecidas no início da primavera, que apresentam desempenho muito satisfatório até o momento. 

Em São Gabriel, a produção também se encontra em bons níveis, e há oferta de alimento diversificada, como potreiros de campo nativo, pastagens anuais implantadas em outubro e pastagens perenes já consolidadas. 

Na de Caxias do Sul, a produtividade de leite está estável devido às condições climáticas propícias e à boa disponibilidade de alimentos. A sanidade está adequada, sem relatos de suspensão de coleta por estar fora dos padrões da legislação. 

Na de Erechim, a ocorrência restrita de chuvas favoreceu o manejo dos animais e contribuiu para a manutenção da sanidade dos rebanhos. Os agricultores seguem contabilizando prejuízos por causa do granizo no período anterior, que danificou estruturas de produção e destruiu pastagens e lavouras de milho.

Na de Passo Fundo, do ponto de vista sanitário, foram registradas algumas ocorrências típicas da época, mas sem maior gravidade, relacionadas principalmente a parasitoses externas, que foram tratadas com aplicação pontual de carrapaticidas em alguns rebanhos.

Na de Santa Maria, a maior parte das propriedades leiteiras adota sistema baseado em pastagens anuais, o que tem resultado no déficit nutricional dos rebanhos devido ao vazio forrageiro, característico deste período. Já as propriedades que dispõem de pastagens perenes, especialmente aquelas formadas por espécies do gênero Cynodon, apresentam boa oferta de forragem e menor impacto sobre o desempenho animal. O tempo seco tem reduzido os problemas relacionados ao barro, proporcionando melhor higiene na ordenha, nas instalações e nos caminhos utilizados pelos animais, bem como favorecendo a manutenção da sanidade dos rebanhos.

Na de Santa Rosa, nos dias mais quentes do período, foi mantida a condução dos animais para locais com maior disponibilidade de sombra e de água. Em algumas propriedades, foi adotado o molhamento intercalado com ventilação durante a alimentação para reduzir o estresse calórico e garantir o apetite das vacas.

Na de Soledade, os produtores ainda fazem uso da estratégia de aumento da lotação animal nas áreas de pastagens, com uso intensivo de silagem em detrimento do pastejo. Essa estratégia tem aumentado os custos de produção, o que pode comprometer os indicadores de produtividade e reduzir a margem de lucro dos agricultores. (Emater/RS)


Jogo Rápido

BOLETIM INTEGRADO AGROMETEOROLÓGICO Nº  49/2025 – SEAPI 
Nesta semana, foram registradas pancadas de chuva fraca a moderada no Rio Grande do Sul e queda de granizo em localidades isoladas na Serra e Leste gaúcho. Na maioria das cidades, houve condição de tempo bom e temperatura em elevação. A próxima semana apresenta uma janela de tempo firme e quente até o domingo. A partir de segundafeira o calor dará lugar a instabilidades com risco de temporais, antes da chegada da chuva mais generalizada e benéfica para as lavouras. Em 04/12 (quinta-feira), um sistema de alta pressão atuará sobre o Rio Grande do Sul, proporcionando um dia ensolarado, com poucas nuvens e temperaturas elevadas no Oeste, de 30 °C a 32 °C, e no Leste entre 24 °C e 28 °C. Em 05/12 (sexta-feira), o dia será ensolarado, e o céu apresentará pouca ou nenhuma nebulosidade; a temperatura variará entre 28 °C e 
34 °C no Estado. Em 06/12 (sábado), o dia será abafado e ensolarado, com temperaturas entre 30 °C e 36 °C e previsão de pancadas de chuva isoladas, associadas à temperatura e umidade, em todas as regiões. Em 07/12 (domingo), o sol predominará na maior parte do dia, mas a presença de nuvens aumentará a possibilidade de pancadas de chuva isoladas, e a temperatura máxima variará entre 30 °C e 38 °C. Até quarta-feira, a tendência é de chuva generalizada no estado, com acumulados que devem 
melhorar a umidade do solo e recompor a disponibilidade hídrica das culturas de verão.
Em 08/12 (segunda-feira), a instabilidade retorna ao Rio Grande do Sul, deixando a atmosfera propícia para pancadas de chuva isoladas com trovoadas e potencial para vento forte e granizo no Oeste, Norte e Centro; a temperatura máxima variará de 24 °C a 36 °C. Em 09/12 (terça-feira), o deslocamento de uma frente fria sobre o território gaúcho proporcionará chuva para todas as regiões, especialmente na Metade Sul e Leste do Estado, que devem registrar os maiores acumulados; a temperatura máxima 
ficará entre 22 °C e 28 °C. Em 10/12 (quarta-feira), o sistema de baixa pressão transportará umidade do mar para o continente, proporcionando chuva no Sul e Leste e ventos mais intensos no Litoral do RS; a temperatura máxima variará entre 20 °C a 30 °C no Estado. (SEAPI)